Atualizado em 09/05/2024 por Ana Luiza
Na quarta-feira (8), a Interpol realizou uma operação internacional que culminou na prisão do líder de um grupo de hackers responsável por um audacioso esquema de roubo e lavagem de dinheiro. O alvo principal dessa organização criminosa foram entidades argentinas, incluindo a associação da Polícia de Buenos Aires. O montante subtraído, estimado em cerca de R$ 8 milhões, desencadeou uma série de investigações que cruzaram fronteiras e envolveram diversas agências de segurança.
O líder da quadrilha, identificado como Francisco Javier Uribe Urdaneta, de nacionalidade venezuelana, foi capturado nos Estados Unidos. Além dele, dez membros foram detidos em outros países, enquanto 20 foram presos na Argentina. A dimensão dessa operação é notável, com 64 ações desencadeadas em todo o território argentino. A Justiça argentina já manifestou interesse na extradição de Francisco Javier Uribe Urdaneta.
O modus operandi dessa organização criminosa envolvia o uso de um malware de origem brasileira. Segundo autoridades do Ministério de Segurança Nacional e da Procuradoria Geral de Buenos Aires, os alvos selecionados incluíam não apenas a polícia, mas também outras instituições, como o Laboratório Farmase e o Colégio Saint George. A exploração dos sistemas dessas entidades permitiu aos hackers acesso às contas bancárias, resultando no roubo de aproximadamente R$ 260 mil apenas da associação da Polícia de Buenos Aires.
O rastreamento e a recuperação dos fundos desviados têm sido uma parte crucial dessa investigação. Até o momento, cerca de R$ 900 mil em Tether (USDT) foram recuperados, juntamente com uma série de outros ativos ilícitos. A apreensão inclui um milhão de pesos, US$ 300, além de 30 computadores, 100 celulares, cartões de crédito, armas de fogo e drogas.
Os tentáculos desse esquema se estendiam por várias jurisdições, com os hackers operando a partir de IPs localizados na Venezuela, Equador, Colômbia e Estados Unidos. O alcance internacional dessa operação foi evidenciado pelas nove prisões internacionais emitidas com o Alerta Vermelho da Interpol para cidadãos residentes em países como Brasil, Venezuela, Equador, México, Colômbia e Estados Unidos.
A colaboração entre agências de segurança e autoridades judiciais em diferentes países foi fundamental para desmantelar essa sofisticada rede criminosa. A captura do líder e de vários membros dessa organização é um golpe significativo contra o crime cibernético transnacional. No entanto, as investigações continuam em andamento, visando identificar todos os envolvidos e recuperar o máximo possível dos fundos desviados.
Esse caso ressalta a crescente ameaça que o crime cibernético representa para instituições públicas e privadas em todo o mundo. A sofisticação das táticas empregadas pelos hackers exige uma resposta igualmente robusta por parte das autoridades, incluindo investimentos em segurança cibernética e cooperação internacional. A batalha contra essas ameaças está longe de terminar, mas operações como essa demonstram a determinação das autoridades em enfrentar esse desafio complexo.