Atualizado em 06/04/2022 por Redação
Rodovias federais
Em 18 meses, radares autuaram 6,3 milhões de motoristas
Proibidos pelo presidente Jair Bolsonaro, os quase 300 radares móveis da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram responsáveis por autuarem mais de 6, 3 milhões de motoristas infratores entre janeiro de 2018 e julho de 2019. Em um decreto publicado nesta quinta-feira (15), o Executivo determinou a suspensão dos aparelhos nas fiscalizações em rodovias federais de todo o país.
De acordo com o decreto, a suspensão vale até que seja concluída uma revisão das normas sobre fiscalização eletrônica de velocidade, que deverá ser feita pelo Ministério da Infraestrutura. A pasta controla o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que definem regras sobre o assunto. Além disso, a medida exige que o Ministério da Justiça revise os atos normativos internos sobre o tema.
Das mais de 6,3 milhões de multas aplicadas pela PRF nos últimos 18 meses, cerca de 4,8 milhões foram justamente por alta velocidade. Desses, 83% dos motoristas punidos estavam cometendo uma infração média, dirigindo até 20% mais rápido do que é permitido. Nesses casos, a multa aplicada é de R$ 130,60.
Ainda de acordo com o balanço, pelo menos 78 mil motoristas foram flagrados pela Polícia Federal rodando em velocidade 50% superior ao permitido. Com valor de valor de R$ 880, essa infração é gravíssima, punida com 7 pontos na carteira, suspensão imediata do direito de dirigir e apreensão do documento de habilitação.
No entanto, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que os aparelhos serviam apenas para “alimentar um indútria das multas”. O presidente, no entanto, afirmou que poderia voltar atrás se alguém “provar que esse trabalho é bom”.
“Vamos suspender os radares móveis até que haja um entendimento para que se convença a população que deve ser utilizado. O sentimento de todos com quem tenho conversado, em especial os caminhoneiros, é que funciona como uma pegadinha em muitos casos”, afirmou o presidente.
Em nota, a direção-geral da PRF informou que expediu uma decisão administrativa na qual determinou que todos os gestores e servidores da PRF adotem as providências necessárias para o imediato cumprimento do decreto presidencial, até a revisão por parte do ministério de Infraestrutura. Já a assessoria do MI alegou que ainda não foi estabelecido um prazo para que a reavaliação do uso de radares móveis seja realizada e eles voltem a ser utilizados pela Polícia Rodoviária.