Atualizado em 29/09/2024 por Ana Luiza
A Comissão de Proteção de Informações Pessoais da Coreia do Sul (PIPC) multou a Worldcoin e sua desenvolvedora, a Tools For Humanity (TFH), em 1,1 bilhão de wons coreanos, o que equivale a aproximadamente R$ 4,5 milhões. Essa penalidade se deve a alegações de violações na coleta e transferência de dados pessoais, especificamente no que se refere ao escaneamento de íris. Apesar dessa contrariedade, o token WLD, da Worldcoin, apresentou uma alta de cerca de 15% na quinta-feira, dia 26 de setembro, refletindo uma complexa interação entre regulamentação e mercado.
Contexto da Multa
O PIPC apontou que a Worldcoin Foundation falhou em notificar adequadamente os usuários sobre o propósito da coleta de dados e o período de armazenamento das informações. Antes de 22 de março, a fundação não disponibilizou uma tradução para o coreano do formulário de consentimento necessário para o escaneamento dos dados biométricos. A multa foi dividida, com a Worldcoin recebendo 725 milhões de wons por inadequações no manuseio de dados e a TFH, 379 milhões de wons pela violação nas transferências internacionais desses dados.
Os problemas levantados pelo PIPC não se restringem apenas à coleta de dados. A fundação também não estabeleceu um procedimento adequado para que os usuários solicitassem a exclusão de seus dados de íris. Ademais, a TFH não confirmou a idade dos usuários que eram menores de 14 anos até abril deste ano. Essas questões levantam preocupações sobre a proteção de dados em um contexto global cada vez mais digital e vulnerável.
Apesar das falhas, o PIPC não impôs uma proibição à coleta de dados confidenciais pela Worldcoin na Coreia do Sul. Desde que a empresa corrija as inadequações apontadas, poderá continuar suas operações no país. Essa decisão abre um caminho para que a Worldcoin ajuste suas práticas de coleta de dados e evite problemas futuros.
A Reação do Mercado
Apesar do impacto negativo que a multa poderia causar, o preço do token WLD subiu para US$ 2,13, representando um aumento acumulado de mais de 30% em apenas uma semana. Essa reação positiva pode estar ligada a um comunicado da TFH em que a empresa aceita a decisão do PIPC. A empresa enxerga a conclusão da investigação como uma oportunidade para seguir em frente e implementar as correções necessárias.
No comunicado, a TFH destacou que a investigação do PIPC revelou fraquezas nas divulgações iniciais da TFH, mas que as correções foram feitas. A TFH afirmou que as operações, incluindo o uso do dispositivo Orb para verificação de “humanidade”, estão agora em conformidade com a Lei de Proteção de Informações Pessoais da Coreia do Sul. Essa conformidade é um passo significativo para a continuidade das operações da empresa no país.
A Worldcoin, cofundada por Sam Altman, CEO da OpenAI, e Alex Blania, visa criar um sistema de identificação digital que utiliza o escaneamento de íris para atribuir “IDs do mundo”. O projeto busca proteger os indivíduos de possíveis impactos negativos da inteligência artificial. Nesse contexto, a aceitação da multa pode ser vista como uma forma de estabilizar a confiança do mercado na Worldcoin.
O Impacto da Worldcoin no Setor de Criptomoedas
A Worldcoin tem atraído atenção significativa dentro do ecossistema de criptomoedas, principalmente devido à sua proposta inovadora de escaneamento de íris. No entanto, a necessidade de conformidade com regulamentações de proteção de dados representa um desafio constante. A multa na Coreia do Sul não é um caso isolado. Diversos projetos de criptomoedas enfrentam escrutínio semelhante em diferentes partes do mundo.
Além disso, a crescente regulamentação sobre criptomoedas pode levar as empresas a repensarem suas práticas de coleta de dados. O cenário atual exige que as organizações sejam mais transparentes em suas operações. Isso é essencial não apenas para garantir a conformidade legal, mas também para manter a confiança do usuário em um mercado em rápida evolução.
Como Consultar e Resgatar Valores Esquecidos
Enquanto a Worldcoin lida com a penalidade, outra questão relevante para os brasileiros é a consulta e o resgate de valores esquecidos em instituições financeiras. O Banco Central do Brasil informou que existem bilhões de reais disponíveis para resgate. Este “dinheiro esquecido” está relacionado a contas bancárias, consórcios e outras instituições financeiras. Até 16 de outubro, as pessoas têm a oportunidade de resgatar esses valores.
Para consultar se possui algum valor a receber, os interessados devem acessar o site oficial do Banco Central. No portal, é necessário fornecer dados como CPF ou CNPJ e a data de nascimento ou de abertura da empresa. Após essa consulta, é possível solicitar o saque por meio de uma conta vinculada ao gov.br. Os valores serão liberados apenas para aqueles que fornecerem uma chave PIX.
Caso o titular da conta tenha falecido, apenas herdeiros ou representantes legais poderão consultar os valores. Nesse caso, será preciso apresentar um termo de responsabilidade para efetivar o resgate.
A relação entre a consulta de valores esquecidos e a utilização desses recursos para investimentos em criptomoedas tem ganhado destaque. Algumas pessoas que realizaram resgates têm direcionado esses valores para a compra de Bitcoin, um investimento que promete retornos em um mercado volátil. Essa prática reflete uma mudança nas atitudes dos brasileiros em relação ao investimento e ao uso de dinheiro.
Conclusão
A recente multa imposta à Worldcoin na Coreia do Sul traz à tona questões importantes sobre a proteção de dados em um mundo cada vez mais digital. Apesar das adversidades, a rápida valorização do token WLD mostra a resiliência do mercado de criptomoedas e a capacidade da empresa de se adaptar a novas exigências regulatórias. Enquanto isso, a possibilidade de resgatar valores esquecidos oferece aos brasileiros uma nova oportunidade de investimento. Essas interações entre regulamentação, mercado e comportamento do consumidor definem um novo cenário para o futuro das criptomoedas.