Atualizado em 06/04/2022 por Redação
Política
General Heleno: "Ninguém está pensando em intervenção militar"
Confirmado como ministro da Defesa do governo eleito de Jair Bolsonaro (PSL), o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, negou nesta segunda-feira (5) que a nomeação de integrantes das Forças Armadas para a equipe de transição indique uma postura autoritária do governo eleito. Segundo ele, tratam-se de nomeações técnicas.
“O país resolveu aproveitar tudo o que investe na formação. É uma questão de coerência de aproveitamento do que foi investido nos militares, que nós possamos participar da vida pública. Não tem nada a ver com governo militar, ninguém tá pensando em intervenção militar, ninguém tá pensando em autoritarismo, é uma aproveitamento de gente que o país não estava acostumado a aproveitar. Pouca gente conhece o Brasil como nós”, disse. O general Augusto Heleno participou da primeira reunião da equipe de transição coordenada pelo ministro extraordinário Onyx Lorenzoni.
O general Augusto Heleno disse ainda que a confirmação do juiz federal Sergio Moro para o Ministério da Justiça foi “um gol de bicicleta do meio de campo” do presidente eleito Jair Bolsonaro. Para o militar, a escolha de todos os prováveis 16 ministros do governo não deve ser urgente e que há muitos nomes qualificados. “Todos apresentam credenciais muito significativas e naturalmente a escolha é muito difícil. Imaginem a pressão que o presidente sofre nessa altura. Não há essa urgência, não é tão urgente assim”, afirmou.
Questionado sobre a atuação do Ministério da Defesa na crise migratória da Venezuela, o general Heleno classificou a questão como um “problema humanitário” e disse que o trabalho de acolhimento será mantido. “As Forças Armadas estão sendo empenhadas no atendimento humanitário, a gente tá acolhendo quem tá resolvendo passar a fronteira para o lado do Brasil. é um trabalho difícil, a quantidade [de migrantes] é acima da capacidade de Roraima.”
O militar negou que haverá, por parte do próximo governo, qualquer tipo de “ingerência” nos assuntos internos da Venezuela e disse que o fechamento de fronteira entre os dois países está fora de cogitação porque é uma proposta, segundo ele, “não realizável” na prática.