Atualizado em 06/04/2022 por Redação
Empresas & Negócios
'Fazenda está mais preocupada em arrecadar impostos', diz CNI contra extinção de Ministério da Indústria
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) voltou a manifestou-se contra a extinção do Mdic (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), como defende o novo governo.
Nesta terça-feira (30), o futuro líder da pasta, Paulo Guedes disse que, no governo Jair Bolsonaro (PSL) haverá uma fusão das pastas da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio, sendo criado o superministério da Economia.
“Tendo em vista a importância do setor industrial para o Brasil, que é responsável por 21% do PIB [Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país] nacional e pelo recolhimento de 32% dos impostos federais, precisamos de um ministério com um papel específico, que não seja atrelado à Fazenda, mais preocupada em arrecadar impostos e administrar as contas públicas”, disse em nota o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, acrescentando que indústria gera cerca de 10 milhões de empregos no país e é responsável por 51% das exportações nacionais.
Para ele, uma indústria forte é o caminho para levar o Brasil para a rota do desenvolvimento econômico e social. “Nenhuma grande economia do mundo abre mão de ter um ministério responsável pela indústria e pelo comércio exterior forte e atuante”.
Andrade enfatizou que tirar um ministério específico para o setor é ir na contramão da tendência de países como Inglaterra e EUA que, segundo ele, têm reforçado sua política industrial.
Antes mesmo do segundo turno das eleições, a criação de um “superministério” da Economia já era uma possibilidade prevista no programa de governo do PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro.
Na ocasião, a CNI manifestou-se contra a ideia. “Os ministérios da Fazenda e do Planejamento desempenham papéis específicos. Quem vai defender as políticas industriais?”, questionou, então, a CNI.