MP aponta que PCC tem utilizado criptomoedas em negociações na Itália

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MP aponta que PCC tem utilizado criptomoedas em negociações na Itália

Atualizado em 30/06/2023 por Ana Luiza

No intrincado mundo das transações financeiras do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma engrenagem oculta tem ganhado destaque: as criptomoedas. De acordo com investigações recentes, a facção criminosa paulista utiliza esse recurso como parte de sua estratégia para fornecer cocaína à Europa, onde se estabeleceu como o principal supridor da droga. Enquanto o PCC se fortalece financeiramente, a quebra da blindagem de sua receita torna-se o principal desafio.

PCC e o tráfico internacional de drogas

O Velho Continente serve como base para o principal parceiro comercial do PCC, a Ndrangheta, uma poderosa máfia da Calábria, na Itália. Juntas, essas organizações alimentam o tráfico internacional de drogas, com destaque para a cocaína. E, nesse jogo sujo, as criptomoedas surgem como uma peça fundamental na engenharia financeira do PCC.

Segundo uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP), estima-se que o PCC obtenha um lucro anual de incríveis R$ 1 bilhão. Essa arrecadação robusta motivou a facção a modernizar suas formas de proteção financeira nos últimos dois anos. Além das criptomoedas, a facção utiliza o dólar-cabo, um câmbio informal que envolve doleiros do Brasil e do exterior. Além disso, investimentos em imóveis, fazendas e postos de gasolina são algumas das estratégias adotadas para esconder os recursos ilegais.

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O que o MP brasileiro tem feito?

A crescente prosperidade financeira do PCC levou à extinção da cobrança de mensalidades dos membros da facção, conhecida como “cebola”, em 2020. Esse crescimento foi impulsionado pela alta demanda por drogas na Europa, o que levou o PCC a recrutar membros em terras europeias. Enquanto a máfia italiana, a Ndrangheta, enfrenta investigações em todo o continente, os olhos se voltam para o PCC, uma vez que ele se tornou o principal fornecedor de cocaína na Europa.

Leonardo Romanelli, promotor de Justiça e coordenador do Núcleo de Inteligência e Gestão de Conhecimento do MPSP, destacou que o PCC utiliza criptomoedas, dólar-cabo e outros métodos de engenharia financeira com o objetivo de não deixar rastros das transações ilícitas e despistar a evasão de divisas. Afinal, discrição é a palavra de ordem para a facção criminosa.

As investigações também revelaram Portugal como uma das principais portas de entrada da droga enviada para a Europa. No ano passado, a polícia portuguesa apreendeu cerca de R$ 628 milhões em cocaína, provenientes do PCC e interceptados com traficantes brasileiros. A droga era enviada em sua maioria através de bagagens de avião ou contêineres marítimos.

É importante ressaltar que as autoridades portuguesas estão empenhadas em combater o PCC e suas operações ilícitas. No entanto, a facção criminosa mostra-se astuta ao utilizar métodos cada vez mais sofisticados e difíceis de serem rastreados.

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Criptomoedas são responsáveis por facilitar o tráfico?

No mundo das criptomoedas, o crime organizado encontra uma ferramenta obscura para financiar suas atividades ilícitas. Em fevereiro de 2022, a polícia do Rio de Janeiro prendeu um investidor de criptomoedas suspeito de envolvimento no assassinato de membros do PCC. Essa notícia apenas evidencia o entrelaçamento perigoso entre o mundo virtual das moedas digitais e o crime organizado.

Enquanto as autoridades continuam sua luta contra o PCC e suas operações de tráfico de drogas, é fundamental estarmos atentos às nuances dessa complexa engrenagem financeira. O PCC está cada vez mais adaptado ao mundo moderno, explorando os benefícios e as lacunas das criptomoedas para manter suas atividades criminosas ocultas. É uma batalha que exige não apenas investigações e prisões, mas também um aprimoramento constante dos mecanismos de segurança financeira.

No cenário obscuro das transações cripto, o PCC tece sua teia, mas cabe a nós, como sociedade, romper essa trama e garantir que a luz da justiça brilhe sobre aqueles que tentam usar tecnologias inovadoras para fins nefastos. Afinal, a verdadeira revolução das criptomoedas deve ser baseada na transparência, ética e liberdade, não nas sombras do crime.

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