Atualizado em 03/08/2023 por Ana Luiza
O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou um novo relatório com enfoque na economia brasileira, destacando o Real Digital como uma moeda digital de bancos centrais (CBDC) inovadora e endossando seu uso no sistema financeiro do Brasil.
O FMI elogiou o sucesso do Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central do Brasil, em promover a inclusão financeira e eficiência nos pagamentos de varejo.
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, explicou que o Real Digital não se concentra nos pagamentos diários, já que o Pix desempenha esse papel. Em vez disso, o Real Digital visa criar um sistema de contratos inteligentes baseado em tokenização de ativos para fortalecer o sistema financeiro de forma mais abrangente.
Real Digital como plataforma inteligente e inovadora
O relatório do FMI destaca que o Real Digital se diferencia de outros projetos de CBDC por ser concebido como uma plataforma “inteligente” que promove a inovação.
Enquanto muitos países buscam introduzir uma CBDC com foco em diversos objetivos, como inclusão financeira e eficiência nos pagamentos transfronteiriços, o Real Digital é projetado para ser uma plataforma que aproveita a representação digital de ativos (tokenização) e programabilidade para fomentar a inovação financeira.
Pix como ferramenta inclusiva no Brasil
O Pix tem sido um sucesso no Brasil ao melhorar a inclusão financeira e permitir pagamentos de varejo eficientes. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, enfatiza que o Real Digital não pretende substituir o Pix para pagamentos diários ou transfronteiriços, já que o Pix já atende a essa demanda de forma eficaz.
O foco do Real Digital é oferecer um sistema de contratos inteligentes e tokenização de ativos para promover maior eficiência e integração estrutural no sistema financeiro brasileiro.
FMI reforça o Real Digital no mercado atacadista
O FMI esclarece que o Real Digital é projetado para o mercado atacadista, sendo voltado para fins como reservas bancárias e contas de liquidação.
Essa distinção é explicada pelo pesquisador de CBDCs, Matheus Cangussu, que ressalta que soluções financeiras de atacado já são utilizadas há décadas pelos bancos centrais em todo o mundo. O Real Digital, nesse sentido, representa a moeda pública desmaterializada no ambiente interbancário.
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