Atualizado em 15/08/2023 por Pedro Moraes
Os atos golpistas cometidos no dia 8 de janeiro deste ano estão em avaliação pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPIM). Uma das medidas futuras que podem ser efetivadas envolve a reconvocação do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na abertura da sessão realizada nesta terça-feira (8), o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) questionou o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), sobre a chance de reconvocar Cid em virtude das denúncias vazadas à imprensa. A princípio, a denúncia compreende a realização de depósitos avaliados em R$ 60 mil, durante 11 dias, na conta da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Maia respondeu que se compromete a colocar em votação, na próxima sessão, o requerimento para reconvocar Mauro Cid. O presidente da CPMI ponderou, porém, que não vê relação direta entre a denúncia de venda de pedras preciosas e os atos golpistas. “Eu não enxergo relação causal entre pedras preciosas e o ato de 8 de janeiro”, disse, acrescentando que a comissão não foi criada para investigar atos de corrupção.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) afirmou que faz parte do escopo da investigação apurar quem financiou os atos golpistas. “Se tem dinheiro vivo circulando nas mãos de quem tinha uma minuta do golpe em seu celular, a outra ponta que recebe não vai ser investigada? Só a CPMI vai poder separar, depois de olhar e depois investigar, se tinha ou não relação com o processo antidemocrático brasileiro. Não podemos dizer, a priori, que não tem relação”.