Atualizado em 04/06/2024 por Ana Luiza
O Ministério da Justiça e Direitos Humanos do Peru (MINJUSDH) anunciou, na segunda-feira (3), que a Autoridade Nacional de Proteção de Dados Pessoais (ANPD) iniciou uma investigação sobre as operações da Worldcoin no país. A investigação, que começou em 13 de maio, visa determinar se a empresa está violando leis de proteção de dados ao escanear o rosto e a íris das pessoas em troca de tokens WLD.
A Worldcoin ficou conhecida por realizar escaneamentos faciais e de íris, trocando essas informações biométricas por criptomoedas. O objetivo da investigação é verificar se a coleta e o tratamento de dados biométricos pela Worldcoin respeitam os regulamentos de consentimento prévio e se garantem direitos de acesso, retificação e cancelamento aos cidadãos.
A ANPD ressalta a importância de proteger dados biométricos, como a íris, que contém informações sensíveis de saúde e identificação pessoal. Esses dados são permanentes e únicos, tornando essencial o controle sobre eles para evitar riscos à privacidade, segurança e estabilidade financeira das pessoas. Por isso, a ANPD recomenda que os cidadãos exijam e leiam as políticas de privacidade da Worldcoin, que devem esclarecer o uso dos dados coletados, a entidade responsável pelo tratamento, o local de armazenamento, com quem serão compartilhados e as consequências da entrega dos dados.
Atualmente, a Worldcoin opera sete filiais no Peru, atraindo centenas de pessoas diariamente pela promessa de receber tokens. A continuidade dessas operações depende dos resultados da investigação. Em outras regiões, como Hong Kong, a Worldcoin já foi banida por violações de privacidade.
A empresa, fundada em 2019 por Sam Altman, cofundador da OpenAI, enfrenta desafios globais. Países como Coreia do Sul, Espanha, Portugal, Reino Unido, Quênia, França e Alemanha também investigam a Worldcoin por questões de privacidade. A coleta de dados biométricos para construir uma rede global de identidade e financeira levanta preocupações internacionais.
A ANPD anunciará em breve os resultados da investigação e possíveis ações contra a Worldcoin se forem encontradas violações à Lei de Proteção de Dados Pessoais. No Peru, a continuidade das operações da Worldcoin está sob escrutínio, refletindo uma tendência global de rigor na proteção de dados biométricos.