Atualizado em 18/04/2022 por Pedro Moraes
Responsável pela vice-presidência do Brasil, Hamilton Mourão (Republicanos) desdenhou, nesta segunda-feira (18), da importância dos áudios inéditos publicados que evidenciam relatos de episódios de tortura na Ditadura Militar.
Ele ainda ironizou a chance do material ser investigado em uma ocasião especial.
“Isso aí é história, né? Já passou. É a mesma coisa que voltar para a ditadura do Getúlio. São assuntos já escritos em livros, debatidos intensamente. Passado. Faz parte da história do país. Apurar o quê? Os caras já morreram tudo, pô. Vai trazer os caras de volta do túmulo?”, debochou quando questionado por jornalistas no Palácio do Planalto.
O conteúdo relata gravações inéditas de sessões do Superior Tribunal Militar (STM) no período da Ditadura Militar (1964-1985).
As gravações contêm áudios de sete ministros da época debatendo sobre episódios de tortura.
São eles: Rodrigo Octávio, Augusto Fragoso, Waldemar Torres de Costa, Júlio de Sá Bierrenbach, Deoclécio Lima de Siqueira, Amarílio Lopes Salgado e Faber Cintra.
Em sua totalidade, os áudios acumulam 10.000 horas e foram angariados pelo historiados Carlos Fico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Uma parte deles foi publicada no último domingo (17) pela jornalista Míriam Leitão em seu blog no jornal O Globo.
O n° 2 do Executivo, em entrevista a jornalistas, garantiu que uma “ditadura do proletariado” figurou como tentativa de instauração no Brasil dos anos 60.
De acordo com ele, o grupo que defendia essa tese “perdeu a luta”. Mourão contrapôs a ditadura brasileira, em que os casos de tortura foram registrados, aos acontecimentos na Ucrânia.
“A guerra é complicada. Vocês estão vendo o conflito da Ucrânia? Então, é lamentável isso aí”, afirmou.
O vice-presidente ficará em Brasília até a próxima quarta-feira (20). Em seguida, viaja para Frederico Westphalen (RS), onde estará numa exposição e em reuniões da sigla durante o feriado de Tiradentes.