Atualizado em 10/05/2022 por Pedro Moraes
Criador do movimento Escola sem Partido, Miguel Nagib, atribuiu a inércia do projeto ao ‘abandono’ do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Além disso, ele taxou o falecido guru da extrema direita, Olavo de Carvalho, como autor dessa debandada bolsonarista. O escritor morreu em janeiro deste ano, aos 74 anos de idade, nos Estados Unidos.
A corrente educacional ganhou ímpeto a partir de 2015 por meio da razão de neutralizar o ensino através da proibição de possível “doutrinação ideológica” nas escolas. Anteriormente, essa ação no sistema de ensino tinha o rótulo de inconstitucional pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Por meio do Twitter, Nagib reiterou que a esquerda se juntou com “setores da direita” para eliminar a iniciativa. Ainda de acordo com ele, Bolsonaro, sob influência de Carvalho, descartou a manutenção do serviço do MEC (Ministério da Educação) para olavistas e, com isso, “a base de sustentação social e p.
“Essa é a verdade: esquerda e setores da direita se uniram para destruir o Escola sem Partido. A esquerda, para manter o seu domínio; a direita, acreditando que com Bolsonaro na presidência poderia abocanhar uma fatia, microscópica que fosse, desse imenso e lucrativo mercado”, publicou.
Essa é a verdade: esquerda e setores da direita se uniram para destruir o Escola sem Partido. A esquerda, para manter o seu domínio; a direita, acreditando que com Bolsonaro na presidência poderia abocanhar uma fatia, microscópica que fosse, desse imenso e lucrativo mercado.
— Escola sem Partido (@escolasempartid) May 9, 2022
“Bolsonaro abandonou o ESP por causa de Olavo de Carvalho, inimigo declarado do nosso movimento a quem ele havia entregado as chaves do MEC. Sem o apoio de Bolsonaro, principal liderança do país, a base de sustentação social e política do movimento desapareceu. Esses são os fatos”, continuou.
O advogado brasileiro, fundador do programa Escola sem Partido, de 2004, pontuou que vai bater pé firme “neste assunto”, visto que o grupo “era uma luz de esperança para milhões de estudantes e famílias”.
“Era a chance da direita de impedir o uso político das escolas e das universidades pelos seus adversários. Era a ‘pior ameaça’ que a esquerda iria viver”, ressaltou.
Em julho de 2016, o projeto de lei 867/2015, que buscava a inclusão do programa Escola sem Partido entre as diretrizes e bases da educação nacional, foi considerado inconstitucional pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do MPF (Ministério Público Federal).