Atualizado em 13/07/2022 por Pedro Moraes
A prisão do médico Giovanni Quintella Bezerra está com uma nova configuração por tempo indeterminado: preventiva. O anestesista, de 31 anos, enfrentou audiência de custódia na tarde da última terça-feira (12). Denunciado por ter estuprado uma mulher durante o parto no centro cirúrgico do Hospital da Mulher Heloneida Studart, situado em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, no último domingo (10), ele foi detido em flagrante.
Nesse sentido, a tentativa de liberdade provisória ganhou recurso de indeferida pela juíza Rachel Assad. “O processo tramita em segredo de Justiça para preservar a identificação da vítima”, comunicou o tribunal. Ainda na decisão, a magistrada destaca a gravidade do ato exercido pelo médico.
“Tamanha era a ousadia e intenção do custodiado de satisfazer a lascívia, que praticava a conduta dentro de hospital, com a presença de toda a equipe médica, em meio a um procedimento cirúrgico. Portanto, sequer a presença de outros profissionais foi capaz de demover o preso da repugnante ação, que contou com a absoluta vulnerabilidade da vítima, condição sobre a qual o autor mantinha sob o seu exclusivo controle, já que ministrava sedativos em doses que assegurassem a absoluta incapacidade de resistir”, analisa Assad.
A juíza também destaca a brutalidade e a crueldade da ação, propagada por vários meios de comunicação, certificando o desprezo completo do anestesista “pela dignidade da mulher, pela ética médica e pelo compromisso profissional que firmara não havia muito tempo”.
“Em um parto onde a mulher, além de anestesiada, dava à luz seu filho – em um dos prováveis momentos mais importantes de sua vida – o custodiado, valendo-se de sua profissão, viola todos os direitos que ela tinha sobre si mesma. Portanto, o dia do nascimento de seu filho será marcado pelo trauma decorrente da brutal conduta por ele praticada, o que será recordado em todos os aniversários”, adiciona.
Outros dois casos de pacientes mulheres que deram à luz no mesmo dia do ocorrido estão em análise, segundo a Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti, responsável pelo inquérito que apura os crimes cometidos pelo anestesista, disse que Giovanni Bezerra pode ter abusado de mais duas pacientes que deram à luz no mesmo dia.
Conforme a polícia, os crimes aconteceram depois dos partos, no momento em que os médicos realizavam a saturação da paciente. Três mães atendidas por Giovanni estiveram na delegacia para prestar depoimento. O médico foi detido desde a última segunda-feira (11), na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde foi feita a audiência de custódia por videoconferência.