Atualizado em 26/12/2022 por Ana Luiza
O patrimônio do executivo Bankman-Fried, ex-CEO da FTX, pode não ser suficiente para cobrir o valor de US$ 440 milhões em ações do aplicativo de serviços financeiros Robinhood. O executivo está enfrentando uma disputa pelas ações.
A fiança estipulada pela justiça americana para Sam Bankman-Fried, cofundador da plataforma de criptomoedas FTX, é um dos valores mais altos já estabelecidos nos Estados Unidos, chegando a US$ 250 milhões (aproximadamente R$ 1,2 bilhão). No entanto, isso não significa que essa quantia será efetivamente paga.
Na audiência de fiança de Bankman-Fried, que foi realizada nesta quinta-feira no Tribunal Federal de Manhattan, Nova York, tanto o Ministério Público quanto a defesa concordaram que os ativos do ex-bilionário “reduziram significativamente” com a falência da FTX. Bankman-Fried afirmou que pode ter apenas US$ 100 mil (aproximadamente R$ 516 milhões) para cobrir as custas do processo e do pagamento da sua fiança que foi estipulada como uma das maiores até hoje previstas pela justiça americana.
O valor da fiança de reconhecimento pessoal foi estipulada em 250 milhões de dólares e foi aprovada pelo juiz. Esse valor foi definido dessa forma levando em conta o patrimônio resultante da casa dos pais do ex-CEO da FTX, localizada em Palo Alto, na Califórnia. No entanto, o patrimônio familiar pode não ter esse valor.
No entanto, todos os títulos de fiança de altos valores são aplicados como uma forma de estabelecer consequências também financeiras – e severas -, e estão ligadas sempre à gravidade do crime pelo qual o executivo, neste caso em particular, está sendo acusado.
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Confira a declaração feita pelo promotor federal Nicholas Ross sobre o caso de Sam Bankman-Fried e da FTX
“Sam Bankman-Fried perpetrou uma fraude de proporções nunca antes vistas, roubando bilhões de dólares de clientes e de credores, fraudando também seus investidores”, afirmou o promotor.
Até esse momento, o valor da fiança imposta a Bankman-Fried é comparável apenas ao valor da fiança imposta ao fundador da Colony Capital LLC, Tom Barrack, que foi absolvido no mês passado de acusações de tentativa ilegal de influenciar a política dos EUA como um agente dos Emirados Árabes Unidos.
No entanto, é bem menor do que o valor recorde até hoje pago, que foi de US$ 3 bilhões, pelo herdeiro imobiliário Robert Durst para se libertar da prisão sob acusação de assassinato no Texas.
Além de Bankman-Fried e de seus pais, a fiança também deve ser assinada por mais duas pessoas de “recursos consideráveis”, sendo que uma delas não pode ser parente, até o dia 5 de janeiro, segundo o juiz. No entanto, não está claro se o cofundador da FTX já conseguiu os outros signatários necessários. Quando questionado, um representante de Bankman-Fried se recusou a comentar a situação, deixando a questão no ar.
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