Atualizado em 13/02/2023 por Pedro Moraes
O então presidente do conselho do Santander no Brasil, Sergio Rial, de 62 anos, convocou, no dia 13 de janeiro, uma reunião com representantes de outras instituições financeiras. Para a discussão, estava postada a crise da Americanas – uma das maiores varejistas do país que, em fato relevante divulgado na noite do dia 11, assinado pelo próprio Rial (então presidente da empresa).
No encontro, foi anunciado a existência de “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões. Além disso, no mesmo comunicado, o executivo dizia que renunciava ao comando da varejista e passaria a atuar como assessor dos três principais acionistas da Americanas Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, sócios no 3G Capital e, até o final de 2021, controladores da varejista.
Na reunião convocada por Rial no Santander com quem a Americanas tem uma dívida de R$ 3,65 bilhões, ele propôs aos bancos um “haircut”, expressão usada no mercado financeiro para indicar um desconto nas dívidas de uma empresa em dificuldades. Os bancos, irritados, sem entender ainda o que significavam as tais “inconsistências contábeis”, negaram qualquer acordo.
Entre os maiores credores da varejista estão, além do Santander, Bradesco (R$ 4,51 bilhões), BTG Pactual (R$ 3,5 bilhões), Itaú (R$ 2,73 bilhões) e Safra (R$ 2,52 bilhões). Na noite do mesmo dia, as instituições foram surpreendidas com o pedido de tutela de urgência cautelar feito pela Americanas junto à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que na prática impedia que os ativos da varejista fossem bloqueados por credores.