Atualizado em 07/04/2022 por Redação
Operação Lava Jato
PF investiga crimes na venda de ativos da Petrobras para o BTG Pactual
A Polícia Federal deflagrou, na manhã esta sexta-feira (23), a Operação Pentiti, 64ª fase da Operação Lava Jato. Cerca de 80 policiais federais cumprem 12 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro para apurar crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de capitais relacionadas a recursos contabilizados em planilha denominada “Programa Especial Italiano” gerida pelo setor de propinas da empreiteira Odebrecht.
A ex-presidente da Petrobras Graça Foster, o empresário André Esteves e o banco BTG Pactual estão entre os alvos das buscas da PF.
Delação
A investigação tem como base delação premiada do ex ministro Antônio Palocci, que apontou ilicitudes na venda de ativos na África, pela Petrobras, ao BTG. A partir de análise de documentos apreendidos em fase anterior da Operação Lava Jato, identificou-se que os ativos foram comercializados em valor substancialmente inferior àquele que havia sido avaliado por instituições financeiras de renome no início do processo de venda. Em valores atuais, o prejuízo chega a R$ 6 bilhões.
A ação também investiga suposto acerto entre Esteves e o ex-ministro Guido Mantega o repasse de R$ 15 milhões para garantir privilégios ao TG Pactual no projeto das sondas do pré-sal da Petrobras. O pagamento ilegal teria sido feito moperíodo próximo ao final da campanha de 2010. Segundo Palocci, parte desse valor teria sido entregue em espécie a Branislav Kontic na sede do Banco.
Apura-se, ainda, informações contidas em e-mails de Marcelo Odebrecht e prestadas por Antonio Palocci no sentido de que Graça Foster, teria conhecimento do esquema de corrupção existente à época na estatal, mas não teria adotado medidas efetivas para apurar tal esquema ou impedir a continuidade do seu funcionamento. Graça Foster ocupou a presidência da Petrobras entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2015.
Pentiti
O nome da operação significa “arrependidos” e faz referência a termo empregado na Itália para designar pessoas que integraram organizações criminosas e, após suas prisões, decidiram se arrepender e colaborar com as autoridades para o avanço das investigações.