Atualizado em 27/04/2023 por Pedro Moraes
A vinícola Aurora, empresa flagrada com benefício do uso de trabalho escravo, na cidade de Bento Gonçalves, no estado do Rio Grande do Sul, ostenta um item que contradiz a atitude negativa da empresa. Uma das certificações concedidas à companhia “Great Place to Work”, diz, em tradução livre, que a vinícola é um “ótimo lugar para trabalhar”.
Com a descoberta do caso, cerca de 210 funcionários de uma terceirizada foram resgatados. Outra envolvida no caso dos escravizados da uva, a Salton, é signatária do Pacto Global da ONU, que deseja o “trabalho digno para todos”, de acordo com informações divulgadas pelo portal Uol.
Na adesão, um dos compromissos formais fixado é “tomar medidas imediatas e eficazes para erradicar o trabalho forçado, acabar com a escravidão moderna”. Acima de tudo, essas contradições expõem o mercado de certificações e suas limitações para analisar o desempenho das empresas certificadas.
Identificada com a sigla GPTW e presente em mais de 90 países, a certificação dada pela empresa Great Place to Work traduz uma espécie de guia para aqueles que desejam entrar no mundo corporativo ou trocar de emprego para alavancar a carreira.
Sendo assim, a Great Place to Work optou pela paralisação momentânea da certificação da Aurora até que um “desfecho oficial do processo investigativo” seja oficializado, ainda conforme a publicação.