Atualizado em 22/08/2023 por Ana Luiza
Em um novo estudo publicado pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS), os bancos centrais dos Estados Unidos, Canadá, México e Brasil expressaram preocupações com as criptomoedas, destacando que elas não reduziram, mas ampliaram os riscos financeiros em economias menos desenvolvidas.
No relatório intitulado “Riscos de estabilidade financeira advindos de ativos cripto em economias de mercado emergentes”, divulgado pelo Grupo Consultivo de Diretores de Estabilidade Financeira (CGDFS) em 22 de agosto, bancos centrais membros do BIS, incluindo Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, México, Peru e Estados Unidos, alertaram sobre os perigos das criptomoedas.
BIS alerta para risco financeiros de países em crise
O estudo enfatizou que as opiniões expressas são dos autores e “não necessariamente as opiniões do BIS”. Segundo o relatório, criptomoedas como o Bitcoin oferecem uma “solução ilusória” para desafios financeiros em mercados emergentes, promovendo-se como soluções de pagamento de baixo custo e alternativas de acesso ao sistema financeiro em países com alta inflação ou volatilidade cambial.
No entanto, o estudo observa que as criptomoedas aumentaram os riscos de estabilidade financeira em mercados emergentes, levando as autoridades a considerar várias opções de política para lidar com esses riscos. Isso inclui desde proibições completas até contenção e regulamentação.
O relatório alerta que uma resposta excessivamente proibitiva dos bancos centrais e reguladores pode empurrar as atividades de criptomoedas para a clandestinidade. O documento ressalta que, embora as atividades relacionadas a criptomoedas ainda não tenham alcançado seus objetivos declarados, a tecnologia por trás delas pode ser aplicada de maneiras construtivas. Portanto, a criação de um quadro regulatório para direcionar a inovação de forma socialmente útil permanece um desafio importante no futuro.
Entre os riscos identificados, o relatório menciona os fundos de índice negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin como uma das principais ameaças de mercado em mercados emergentes, pois esses produtos podem reduzir as barreiras de entrada para investidores menos sofisticados e aumentar sua exposição.
Criptomoedas x segurança financeira
Os autores também apontam para a possibilidade de que investidores em ETFs de Bitcoin enfrentem grandes perdas quando o preço da criptomoeda cai, mesmo que eles não possuam ativos cripto. Além disso, ETFs baseados em futuros de criptomoedas podem aumentar a volatilidade de preços e ampliar os riscos se detiverem uma parte significativa do mercado de futuros.
Embora o estudo não represente necessariamente a opinião oficial do BIS, ele sinaliza a cautela das autoridades em relação à adoção das criptomoedas, em linha com relatórios anteriores que destacam preocupações sobre a estabilidade das stablecoins e a suposta irreversibilidade dos contratos inteligentes.
Por outro lado, o BIS elogiou as moedas digitais de banco central (CBDCs), considerando-as a base para futuras inovações no sistema monetário.
Leia também:
- Ronaldinho Gaúcho falta audiência e Neymar é citado em CPI das Pirâmides Financeiras
- Gala Games abre venda de caixa misteriosa de NFTs da blockchain
- Bitcoin começa a semana enfrentando venda em massa
- Kim Kataguiri aprova projeto que impede cobrança de imposto pela Receita Federal