Atualizado em 30/05/2024 por Ana Luiza
A BlackRock, maior gestora de fundos do mundo, avançou em seu plano de lançar um fundo negociado em bolsa (ETF) de Ethereum. Na quarta-feira, a empresa revelou que recebeu um investimento inicial de US$ 10 milhões para seu futuro iShares Ethereum Trust. A informação foi divulgada em um registro junto à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), que detalha a compra de 400 mil ações a US$ 25 por um investidor semente, atuando como “subscritor estatutário”.
O Papel do Investidor Semente
Um investidor semente é crucial para a inicialização de um ETF, fornecendo o capital necessário para que o fundo possa começar a ser negociado em uma bolsa de valores. Este financiamento inicial é um passo essencial para a formalização e operação do fundo no mercado. A BlackRock, junto com outras grandes empresas de investimento como a Grayscale, atualizou recentemente seus registros de ETFs de Ethereum nos EUA, adicionando um investidor inicial e estabelecendo um custodiante para seus fundos.
Mudança de Atitude da SEC
Essa movimentação ocorre após uma mudança significativa na postura da SEC, que na semana passada aprovou ETFs de Ethereum, surpreendendo muitos especialistas do mercado. Até recentemente, a possibilidade de aprovação de um ETF de Ethereum nos EUA era vista com ceticismo. No entanto, após a remoção de linguagem relacionada ao staking dos registros dos fundos, a SEC rapidamente alterou sua posição, abrindo caminho para esses novos produtos de investimento.
Companhias na Corrida pelos ETFs de Ethereum
A BlackRock é uma das nove empresas que solicitaram autorização para oferecer ETFs de Ethereum à vista. Todas ainda estão finalizando a documentação e aguardam a autorização final da SEC para iniciar as negociações. A Grayscale, conhecida por administrar o maior ETF de Bitcoin à vista, também está na corrida. Recentemente, a empresa nomeou a Coinbase como custodiante de seu fundo de Ethereum, conforme registrado na quarta-feira.
Entendendo os ETFs de Ethereum
Um ETF, ou fundo negociado em bolsa, permite que investidores adquiram ações que acompanham o preço de um ativo subjacente, como ouro, moedas estrangeiras ou criptomoedas. Os ETFs de Ethereum à vista deterão diretamente a criptomoeda Ethereum, proporcionando exposição ao ativo digital. Esses fundos facilitam o acesso dos investidores ao mercado de criptomoedas, eliminando a necessidade de comprar e armazenar os ativos diretamente.
Riscos de Centralização
A aprovação de ETFs de Ethereum à vista pela SEC levantou preocupações sobre a centralização no mercado. A Coinbase, já o segundo maior validador de Ethereum, foi escolhida como custodiante para a maioria dos novos ETFs de Ethereum. Atualmente, a Coinbase é responsável pela custódia de 90% dos ativos armazenados nos ETFs de Bitcoin à vista dos EUA. Esse novo papel ampliado da Coinbase levanta questões sobre a concentração de poder e os riscos de segurança associados a tal centralização.
Comentários de Especialistas
Especialistas do setor alertam que a centralização pode criar vulnerabilidades significativas no mercado de criptomoedas. A dependência de poucos custodiante pode representar riscos de segurança, afetando a resiliência e a estabilidade do mercado. O papel dominante da Coinbase como custodiante para vários ETFs de Ethereum amplifica esses riscos, destacando a necessidade de uma infraestrutura mais diversificada e segura.