Atualizado em 05/10/2023 por Ana Luiza
O Brasil alcançou um marco significativo na era das criptomoedas ao realizar com sucesso sua primeira transação internacional usando o Yuan Digital, uma Moeda Digital do Banco Central (CBDC) chinesa. Essa conquista marca um passo importante na jornada do Brasil em direção a uma economia totalmente tokenizada e promete revolucionar os pagamentos internacionais.
A operação pioneira envolveu o Banco da China Brasil SA e a Eldorado Brasil, uma empresa líder na produção de celulose. A Eldorado Brasil exportou seus produtos para a China, tornando-se parte da história da CBDC brasileira.
A utilização do Yuan Digital não apenas simplificou a transação financeira, mas também trouxe uma série de benefícios associados à tecnologia blockchain. Isso inclui a redução de custos de transação, aceleração dos pagamentos e a integração com as finanças descentralizadas (DeFi).
A China, comprometida com a desdolarização, já havia estabelecido uma parceria comercial com o governo brasileiro no início deste ano, com o objetivo de conduzir transações bilaterais utilizando o Yuan, em vez do dólar americano. Em fevereiro, o Banco Central da China e o Banco Central do Brasil assinaram um Memorando de Entendimento (MOU) para facilitar as transações comerciais entre os dois países com a moeda chinesa.
O processo da transação brasileira que envolveu o Yuan Digital incluiu o transporte de produtos do porto de Santos para o porto de Qingdao em agosto. Todas as operações financeiras foram concluídas com sucesso no final de setembro, culminando na conversão dos valores em Reais para o pagamento do fornecedor nacional.
O resultado dessa transação bem-sucedida teve um impacto positivo na China, destacando a eficácia do Yuan Digital. Membros do governo chinês comentaram sobre o feito em redes de televisão como a CCTV e no Weibo, enquanto a notícia ganhou destaque nos principais meios de comunicação em Singapura, China e Taiwan.
Empresas brasileiras como Suzano e Petrobras anunciaram planos de realizar operações com o Yuan Digital em breve, respondendo à crescente demanda por pagamentos em CBDCs por parte dos importadores chineses.
O uso do Yuan Digital pelo Brasil abre caminho para o Drex (Real Digital) em pagamentos internacionais. Com essa integração, o Drex tem o potencial de facilitar transações internacionais mais eficientes, beneficiando consumidores e empresas.
Embora o Drex ainda esteja em fase de testes no Brasil, a primeira versão oficial da moeda digital está prevista para o segundo semestre de 2024. No entanto, vale ressaltar que ainda existem desafios de interoperabilidade entre as CBDCs, uma vez que os Bancos Centrais ainda não definiram a tecnologia a ser adotada.
Enquanto o Brasil avança em direção a uma economia digital, é crucial abordar questões como a privacidade de dados, segurança cibernética e estabilidade financeira para garantir um futuro financeiro seguro e próspero para o país. O uso do Yuan Digital representa um passo notável nessa jornada em direção a um sistema financeiro mais moderno e eficiente.
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