Atualizado em 20/04/2023 por Ana Luiza
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está considerando regulamentar a conduta dos influenciadores financeiros no Brasil.
De acordo com um estudo técnico divulgado pela autarquia nesta quarta-feira, 75% dos investidores brasileiros obtêm informações por meio de influenciadores do mercado financeiro.
Por esse motivo, a CVM precisa oferecer mais transparência para ajudar os investidores a tomar decisões de forma segura e consciente.
O estudo indica que, se os influenciadores oferecem opiniões sobre ações, operações, intermediários e emissores, eles devem esclarecer se estão sendo remunerados por isso, o que é conhecido como “ação patrocinada” nas redes sociais.
Os analistas da CVM afirmam que não é necessário estabelecer regras para a atuação dos influenciadores como um todo, mas é importante garantir a divulgação clara da existência de um contrato com uma empresa regulada pela CVM.
Bruno Luna, chefe da Assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos (ASA) da CVM, destaca a importância de deixar claro que o influenciador está sendo remunerado para dar aquela opinião.
O objetivo é informar os investidores de que a orientação, informação ou opinião está sendo emitida por conta de um contrato entre o influenciador e um regulado da CVM.
Essa regulamentação pode ajudar a evitar possíveis conflitos de interesse e proteger os investidores.
A CVM espera que a transparência na conduta dos influenciadores financeiros possa contribuir para a tomada de decisões mais informadas e conscientes por parte dos investidores.
CVM busca fazer com que o investidor possa efetuar suas aplicações com mais segurança
Luna, representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), afirmou que a divulgação da relação entre influenciadores e empresas do mercado de capitais é necessária para garantir maior segurança aos investidores.
Ela destacou que a transparência ao investidor é fundamental para a boa conduta no mercado de capitais e deve ser praticada por todos os que atuam nele.
No entanto, Luna ressaltou que a recomendação não tem como objetivo lidar com questões operacionais, que poderão ser reguladas por meio da autorregulação.
Os técnicos da CVM afirmam que a exigência de transparência no vínculo entre influenciadores e empresas do mercado de capitais segue a prática já estabelecida em outras jurisdições, como nos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Holanda.
Nestes países, os influenciadores não são regulados diretamente, mas devem seguir as regras impostas aos participantes do mercado.
A recomendação da CVM tem como objetivo evitar a ocorrência de práticas fraudulentas e proteger os investidores, especialmente aqueles menos experientes, que podem ser influenciados por informações enganosas divulgadas por influenciadores.
Por isso, a transparência na divulgação da relação entre influenciadores e empresas do mercado de capitais é uma medida importante para garantir a integridade do mercado de capitais e a proteção dos investidores.