Atualizado em 23/11/2023 por Ana Luiza
O renomado diretor Carl Rinsch, responsável por sucessos como “47 Ronins”, envolveu-se em uma trama digna de ficção científica após captar R$ 270 milhões da Netflix para a produção de uma série que nunca viu a luz do dia. O dinheiro, destinado ao projeto intitulado “Conquest”, foi despendido em apostas arriscadas no mercado financeiro, criptomoedas e extravagâncias pessoais, deixando a gigante do streaming de mãos vazias.
A série, inicialmente intitulada “The Organic Intelligence,” prometia ser uma adição de peso ao catálogo da Netflix, situada em um futuro distópico em São Paulo e contando com a presença da renomada atriz brasileira Bruna Marquezine. Contudo, o caos começou nos bastidores, com relatos de abusos verbais de Rinsch à equipe durante as filmagens no Brasil e alegações absurdas, incluindo a capacidade de prever fenômenos naturais.
Apesar dos problemas, Rinsch conseguiu atrair investimentos significativos da produtora 30West e do ator Keanu Reeves. A Netflix venceu a concorrência com outras gigantes do streaming, garantindo os direitos da série por uma soma de US$ 61,2 milhões, parte destinada a pagar pelos direitos da obra.
No entanto, a produção nunca se concretizou. Rinsch, ao invés de entregar os episódios acordados, embarcou em uma jornada de autodestruição financeira. Dos US$ 55 milhões recebidos da Netflix, uma parte considerável foi perdida em investimentos no mercado de ações, onde apostou na queda do S&P500 e no sucesso da Gilead Sciences, sem sucesso.
Em um enredo digno de um thriller financeiro, Rinsch recuperou parte dos fundos ao investir US$ 4 milhões em Dogecoin, lucrando expressivos US$ 23 milhões durante a alta das criptomoedas em 2021. No entanto, ao invés de redirecionar os ganhos para concluir a série, o diretor optou por um estilo de vida luxuoso, adquirindo seis carros de luxo, um relógio de R$ 1,9 milhão, móveis sofisticados e roupas de grife.
Enquanto a Netflix tentava entender o paradeiro da série promissora, Rinsch alegava que seus gastos extravagantes eram, na verdade, financiados pela produção. Em meio a uma disputa com a gigante do streaming, o diretor afirmou ainda que a empresa lhe devia US$ 14 milhões de outros pagamentos.
A saga de Carl Rinsch, um diretor talentoso que se perdeu em apostas arriscadas e escolhas controversas, deixa a indústria do entretenimento atônita, enquanto a Netflix conta os prejuízos de uma produção que nunca saiu do papel.
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