Economista Pede Corte Emergencial na Taxa de Juros para Evitar Turbulência nos EUA

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Economista Pede Corte Emergencial na Taxa de Juros para Evitar Turbulência nos EUA

Atualizado em 07/08/2024 por Ana Luiza

Em meio a uma série de quedas nos mercados financeiros e dados econômicos preocupantes, o renomado economista Jeremy Siegel, da Wharton School of Business, pediu ao Federal Reserve dos Estados Unidos que faça cortes emergenciais nas taxas de juros. Siegel argumenta que a atual faixa de meta de 5,25% a 5,5% para os fundos do Fed é excessiva e que uma redução mais agressiva é necessária para evitar uma deterioração econômica mais profunda.

A Urgência do Pedido

Na segunda-feira (5), Jeremy Siegel declarou que a taxa dos fundos do Fed deveria ser reduzida para entre 3,5% e 4%, um corte de 1,5% em relação à faixa atual. Ele sugeriu uma redução emergencial de 75 pontos-base imediatamente, com outro corte semelhante planejado para a reunião de setembro. Um ponto-base corresponde a 0,01%, portanto, um corte de 75 pontos-base equivale a uma redução de 0,75%.

Siegel fez esse pedido após a divulgação de números decepcionantes sobre o mercado de trabalho, que levantaram temores de uma recessão iminente. Além disso, a instabilidade macroeconômica foi exacerbada pelo aumento das taxas de juros pelo Banco do Japão, o que teve um impacto negativo nos mercados de ações e criptomoedas. Na segunda-feira, o Bitcoin caiu abaixo de US$ 50 mil pela primeira vez desde fevereiro, refletindo a tensão no mercado.

Contexto Econômico e Histórico

A situação atual tem semelhanças com a crise de março de 2020, quando uma venda maciça no mercado ocorreu devido às preocupações com a pandemia de coronavírus. Naquela época, os bancos centrais intervieram para fornecer liquidez e reduzir as taxas de juros, o que ajudou os mercados a se recuperarem rapidamente. Agora, Siegel acredita que uma ação semelhante é necessária para estabilizar a economia.

De acordo com Siegel, o Federal Reserve havia estabelecido uma meta para a taxa de fundos federais de longo prazo de 2,8% quando a inflação atingisse 2% e o desemprego chegasse a 4,2%. No entanto, com o desemprego em 4,3% e a inflação em 2,97% em junho, a taxa ainda não foi ajustada. Isso, segundo Siegel, demonstra uma falta de ação que pode ser prejudicial para a economia.

Perspectivas e Previsões

Enquanto Siegel defende cortes mais profundos e rápidos, outros analistas têm uma visão mais cautelosa. James Butterfill, chefe de pesquisa da Coinshares, considera que um corte de 1,5% até setembro pode ser excessivo. Ele acredita que um corte de 50 pontos-base em setembro é mais provável e que o Federal Reserve pode ser cauteloso em sua resposta.

A CME Fedwatch indica que o mercado está precificando 83% de chances de um corte de 50 pontos-base em setembro. Butterfill sugere que, embora um corte adicional possa ocorrer se os mercados deteriorarem ainda mais, é improvável que o Federal Reserve tome uma ação tão agressiva quanto a sugerida por Siegel neste momento.

Impacto nos Mercados e Preocupações Futuras

A visão predominante entre analistas é que taxas de juros mais baixas geralmente beneficiam ativos de oferta fixa, como o Bitcoin. No entanto, Russ Mould, diretor de investimentos da AJ Bell, alerta que uma recessão iminente pode pesar negativamente sobre as ações, apesar dos cortes nas taxas. Mould lembra que cortes rápidos nas taxas em crises passadas, como em 2000-02 e 2007-08, não foram suficientes para impedir uma queda significativa no mercado de ações.

A expectativa é de que o Federal Reserve, enquanto navega por um cenário econômico complexo, adotará uma abordagem equilibrada. As próximas decisões do banco central serão cruciais para moldar a trajetória econômica dos EUA, e a reação dos mercados a essas políticas continuará a ser um tema central para economistas e investidores.

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