Atualizado em 26/08/2024 por Ana Luiza
Ryan Salame, ex-executivo da FTX, solicitou ao Tribunal Distrital Sul de Nova York que reconsidere sua condenação e impeça possíveis acusações contra sua parceira, Michelle Bond. Salame argumenta que os promotores federais não cumpriram a promessa de encerrar a investigação sobre Bond em troca de sua confissão de culpa.
De acordo com o processo, os advogados de Salame afirmam que os promotores utilizaram a ameaça de continuar a investigação sobre Bond, ex-candidata ao Congresso e mãe de seu filho, para forçá-lo a se declarar culpado. “Os advogados do governo comunicaram que descontinuariam a investigação de Bond se Salame se declarasse culpado”, alegam.
O Gabinete do Procurador dos EUA, no entanto, rebateu as alegações, chamando-as de egoístas e imprecisas. Os promotores afirmam que Salame foi informado de que sua confissão não impediria a continuidade da investigação sobre a conduta de Bond.
Salame enfrenta uma sentença de 90 meses de prisão por conspiração para fazer contribuições políticas ilegais e fraudar a Comissão Eleitoral Federal, além de operar um negócio de transmissão de dinheiro sem licença. Sua condenação faz parte de um caso mais amplo relacionado ao colapso da FTX, que ocorreu em novembro de 2022 devido a alegações de fraude generalizada.
Salame, ao contrário de outros executivos da FTX, não cooperou com as investigações. Outros altos executivos, como Caroline Ellison, Nishad Singh e Gary Wang, testemunharam contra o fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, que foi condenado a 25 anos de prisão por orquestrar uma das maiores fraudes financeiras da história.
Salame busca agora a anulação de sua condenação, argumentando que a quebra do acordo pelo governo constitui uma grave injustiça.