Atualizado em 26/01/2023 por Ana Luiza
De acordo com documentos financeiros mantidos até agora como secretos pela BlockFi, a empresa havia emprestado recursos financeiros substanciais a diferentes exchanges, entre elas, a FTX. Esses documentos, aparentemente, vazaram das contas da empresa, sem que houvesse redação preliminar.
Em meio a uma grande confusão sobre arquivos que estavam mal organizados nos sistemas da empresa, é evidente que, além de grandes problemas de gestão, a BlockFi também enfrenta perdas bilionárias que estavam em movimentação entre a empresa e a FTX.
Se somados todos os empréstimos que tanto a FTX quanto a Alameda obtiveram junto à BlockFi, a cifra é bastante assustadora e ultrapassa a casa de 1,2 bilhão de dólares.
Como a FTX era tida como um emprestador de grande porte, a BlockFi acabou sendo severamente prejudicada por conta da má gestão do conglomerado dirigido por Sam Bankman-Fried, bem como por outras falências que foram vistas no mercado de criptomoedas e criptoativos em 2022. Nesse mesmo cenário, o colapso da Three Arrow Capital também gerou perdas que estão na casa dos bilhões.
Para que a BlockFi não colapsasse, o próprio Sam Bankman-Fried colocou 400 milhões de dólares à disposição do sistema de empréstimos, a fim de resgatar a empresa. No entanto, como se sabe, por conta de problemas financeiros entre a Alameda Research e a própria FTX, o seu conglomerado também acabou por ir à falência, colapsando o mercado.
Como consequência desses múltiplos casos que revelaram a má gestão e até mesmo o descaso de grandes exchanges e outros sistemas relacionados ao mercado de criptoativos, a BlockFi precisou entrar em recuperação judicial ainda em novembro. Esse caso, no entanto, foi bastante ofuscado pela quebra da FTX, que ocorreu nessa mesma época.
BlockFi revela números que comprometem ainda mais a FTX
A BlockFi gerou US$1,1 bilhão em trading de cripto e obteve US$14 milhões em receitas, o que equivale a US$21 por cliente. A empresa possuía 647 mil clientes.
O déficit de US$2,4 bilhões, metade dos quais está relacionado à FTX/Alameda, será gerenciado pela massa falida, que apresentou um plano de contenção generoso.
A gestão da massa falida planeja manter pelo menos 175 funcionários na empresa, cujos salários somam US$11,9 milhões por ano. Pelo menos 5 funcionários receberão uma média de US$822 mil.
CZ acusa a FTX de ter pagado canais de comunicação para noticiar fakes sobre a Binance
Changpeng Zhao, CEO da Binance, afirmou que a FTX – que atualmente está passando por processo de recuperação judicial – pagou cerca de US$ 43 milhões para financiar notícias negativas sobre a Binance. Ele mencionou que o pagamento foi feito para uma agência de notícias cripto que publica regularmente artigos que criam FUD (medo, incerteza e dúvida) a respeito da exchange Binance, porém não mencionou qual agência foi.