Atualizado em 23/06/2023 por Ana Luiza
Hollywood é famosa por suas festas extravagantes, mas um jantar recente acabou resultando em uma história de alto valor envolvendo transferências suspeitas de centenas de milhões de dólares. Segundo a FTX, uma das principais empresas do mercado cripto, uma ação foi movida no Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito de Delaware contra empresas de investimento associadas antes do colapso da FTX. O processo, que inclui 16 acusações, busca recuperar mais de US$ 700 milhões dos réus.
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FTX acusa empresas “parceiras”
Os principais nomes acusados no processo são a incubadora e empresa de investimentos K5 Global, Mount Olympus Capital e SGN Albany Capital, juntamente com seus afiliados e os coproprietários da K5 Global, Michael Kives e Bryan Baum. Kives, um ex-agente da agência de talentos CAA e ex-assessor de Hilary Clinton, organizou o evento social em 2022 que contou com a presença do CEO da FTX, Sam Bankman-Fried (SBF), além de um ex-candidato presidencial, celebridades e bilionários.
De acordo com o processo, a Alameda Research, uma empresa de trading de criptomoedas afiliada à FTX, transferiu cerca de US$ 700 milhões para Kives, Baum e a K5 Global. No entanto, essas transações foram mascaradas como provenientes das empresas SGN Albany e Mount Olympus Capital, que são meras fachadas.
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Processos como fonte de renda
A FTX está buscando recuperar os fundos transferidos da Alameda Research para a SGN Albany Capital, assim como os fundos transferidos da Kives, Baum e SGN Albany Capital para a Mount Olympus Capital. As transações foram descritas como “evitáveis” e realizadas sem recebimento de valor equivalente. Sob as leis de falências dos EUA, uma transação evitável pode ser revertida com base no Código de Falências e outras leis aplicáveis.
No total, a FTX está buscando recuperar aproximadamente US$ 800 milhões da K5 Global, Olympus Capital, SGN Albany e outras empresas envolvidas. Além disso, os réus também são acusados de cumplicidade com SBF, assistência desonesta e enriquecimento ilícito.
O relacionamento próximo entre Kives, Baum e SBF é mencionado no processo, com alegações de que Baum até tinha seu próprio quarto na residência dos executivos da FTX nas Bahamas. Após o colapso da FTX, Kives e Baum teriam trabalhado em conjunto com Bankman-Fried em uma estratégia para encontrar alguém que resgatasse o Grupo FTX.
Em resposta ao processo, um porta-voz da K5 Global afirmou que ele não tem mérito. Segundo a declaração, a K5 é uma empresa de capital de risco com mais de US$ 1 bilhão em ativos sob gestão e investimentos em 148 empresas. A empresa acreditava que estava estabelecendo um relacionamento comercial justo e legítimo com SBF, e considera que o processo não possui mérito.
O caso continua chamando a atenção do mercado cripto e promete desdobramentos emocionantes. A comunidade aguarda ansiosamente para ver o desfecho dessa história de proporções hollywoodianas no mundo das criptomoedas.
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