Atualizado em 30/05/2024 por Ana Luiza
A exchange de criptomoedas Gemini, sediada em Nova York, anunciou que os usuários de seu programa de empréstimos, o Gemini Earn, receberão um total de US$ 2,18 bilhões em ativos digitais. Essa distribuição em espécie marca uma recuperação significativa no cenário das falências cripto. A empresa confirmou que os usuários do Earn estão recebendo 100% de seus ativos digitais de volta, muitos dos quais aumentaram consideravelmente em valor desde o final de 2022.
Contexto da Perda de Fundos e Valorização Atual
Em 2022, aproximadamente 232 mil usuários do Gemini Earn perderam acesso aos seus fundos, que, na época, eram avaliados em cerca de US$ 940 milhões. A valorização das criptomoedas desde então transformou esse valor, gerando uma recuperação impressionante para os clientes. Por exemplo, um usuário que emprestou um Bitcoin por meio do programa Earn receberá 1 BTC de volta, que agora vale quase quatro vezes mais do que em novembro de 2022.
Disputa com Genesis e Acordos Legais
A Gemini, fundada em 2014 pelos gêmeos Cameron e Tyler Winklevoss, estava envolvida em uma disputa acirrada com a Genesis, uma empresa de empréstimo de criptomoedas que interrompeu os saques de clientes em 2022 devido à queda nos preços das criptomoedas. A Genesis, de propriedade do Digital Currency Group, pausou as retiradas, aumentando a tensão no setor.
Em fevereiro, a Gemini anunciou que devolveria US$ 1,1 bilhão em ativos digitais aos usuários do Earn. Além disso, concordou em pagar uma multa de US$ 37 milhões ao Departamento de Serviços Financeiros de Nova York por práticas inseguras. Como parte do acordo, a Gemini também contribuiria com US$ 40 milhões para a recuperação dos fundos dos usuários, atualizando esse valor para US$ 50 milhões em sua recente comunicação.
Comparação com Outras Falências no Setor Cripto
A resolução do caso Gemini contrasta com outras falências no setor cripto. A falida exchange FTX, por exemplo, prevê o retorno de 100% dos fundos dos clientes medidos em dólares americanos, refletindo os preços baixos das criptomoedas no momento da falência. Em contrapartida, o pagamento aos usuários do Gemini Earn representa um aumento de 232% no valor em dólar desde que a Genesis pausou as retiradas.
Acordos Recentes e Futuro dos Pagamentos
Em março, a credora falida Genesis pagou US$ 21 milhões para liquidar acusações da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). A SEC acusou a Genesis de venda de valores mobiliários não registrados por meio da Gemini Earn. Em outubro, a Gemini processou a Genesis pelo controle de mais de US$ 1,6 bilhão em ações do Bitcoin Trust (GBTC) da Grayscale, alegando que os fundos haviam sido prometidos à Gemini.
Declarações dos Fundadores da Gemini
Cameron Winklevoss, cofundador e presidente da Gemini, reconheceu as dificuldades enfrentadas pelos clientes durante o longo processo. Em um comunicado, ele expressou entusiasmo por alcançar essa recuperação para os clientes, enfatizando o compromisso da empresa em resolver as questões e devolver os ativos aos usuários.