Hacks de criptomoedas roubaram US$ 19 bilhões desde 2011 e atividades ilegais seguem crescendo

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Hacks de criptomoedas roubaram US$ 19 bilhões desde 2011 e atividades ilegais seguem crescendo

Atualizado em 12/06/2024 por Ana Luiza

A indústria das criptomoedas, que prometia revolucionar o sistema financeiro global, enfrenta um desafio crescente: a segurança. Desde 2011, hackers roubaram quase US$ 19 bilhões em criptomoedas. Esse cenário não mostra sinais de melhora, conforme aponta um relatório recente da Crystal Intelligence, que revela a escalada contínua de ataques cibernéticos e fraudes no setor.

Entre 2011 e 2023, ocorreram 785 casos de roubos de ativos digitais, incluindo violações de segurança, hacks em protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) e esquemas de fraude. Segundo o relatório, as fraudes e ataques cibernéticos em blockchains se tornaram mais sofisticados e frequentes. Apenas em 2023, foram registrados 286 incidentes, resultando em perdas de mais de US$ 2,3 bilhões.

O maior roubo registrado até hoje ocorreu em 2019, quando US$ 2,9 bilhões em Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) foram roubados no esquema Ponzi conhecido como Plus Token. Esse evento marcou um ponto crítico, revelando a vulnerabilidade dos sistemas de segurança das criptomoedas.

Ataques Recentes e Tendências

Os dados indicam que 2024 pode superar o ano anterior em termos de perdas, já que apenas no primeiro trimestre foram roubados US$ 542,7 milhões em ativos digitais. Esse valor representa um aumento de 42% em comparação com o mesmo período do ano passado. A escalada dos ataques levanta preocupações sobre a eficácia das medidas de segurança atualmente empregadas pelas plataformas de criptomoedas.

Nos últimos dois anos, o Ethereum tornou-se o alvo principal dos hackers, com 131 incidentes que resultaram em perdas de quase US$ 1,3 bilhão. A Binance Smart Chain (BSC) também foi duramente atingida, com 100 ataques que somaram US$ 186 milhões em perdas.

Impacto na Indústria e Medidas de Segurança

Os crescentes ataques cibernéticos não afetam apenas os investidores, mas também as plataformas de negociação de criptomoedas. Recentemente, a exchange japonesa DMM Bitcoin foi hackeada, resultando em um roubo de US$ 320 milhões. A empresa, no entanto, anunciou que levantará o capital necessário para reembolsar todos os usuários afetados.

Mesmo com mecanismos de monitoramento e relatórios cada vez mais sofisticados, a atividade ilegal na blockchain continua a crescer. A Crystal Intelligence destaca que a evolução dos métodos de ataque supera as melhorias implementadas em segurança.

Desafios da Regulação e Prevenção

A necessidade de regulamentação eficaz no setor de criptomoedas é cada vez mais evidente. A regulação, que deve ser finalizada em 2025, segundo o diretor do Banco Central da Argentina, busca criar um ambiente mais seguro e confiável para os investidores. Além disso, a Argentina já recebeu pedidos de registro de 35 exchanges de criptomoedas, evidenciando a busca por maior transparência e segurança no setor.

O caso do servidor preso no Mato Grosso, que usava um sistema da secretaria para vendas de drogas com criptomoedas na dark web, exemplifica o uso crescente de criptomoedas em atividades ilegais. Este tipo de crime não só prejudica a confiança no mercado de criptomoedas, mas também evidencia a necessidade de uma abordagem mais robusta e colaborativa para combater o crime cibernético.

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