Atualizado em 10/06/2022 por Pedro Moraes
A Justiça amazonense decretou, na última quinta-feira (9), a prisão momentânea do pescador Amarildo da Costa de Oliveira por 30 dias consecutivos. Conhecido na região como “Pelado”, ele teria sido preso em flagrante na última terça-feira (7) pela Polícia Federal.
O pescador é suspeito de estar envolvido no desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. A perícia criminal identificou vestígios de sangue na lancha do pescador e encaminhou o material para exames em Manaus (AM).
Na etapa de segredo de justiça, o caso teve como autora da decisão a juíza plantonista Jacinta Santos durante a audiência de custódia de Oliveira realizada na Comarca de Atalaia do Norte (AM).
A Polícia Federal (PF) realizou uma abordagem em Oliveira, na qual foi constatada posse de drogas e munição calibre 762, de uso restrito. Ele ainda estava sob posse de armamento de caça.
De acordo com o site Brasil de Fato, uma testemunha ameaçou a dupla um dia antes da constatação do desaparecimento.
“Eles [‘Pelado’ e outro pescador] levantam duas armas dizendo para os indígenas: ‘vocês vão levar tiros’”, relatou ao site.
“Pelado” deverá ficar preso até o término das investigações. Phillipe e Pereira estão sumidos desde o último domingo (5). Na ocasião, eles foram vistos pela última vez na região da reserva indígena do Vale do Javari.
O indigenista, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), havia denunciado, anteriormente, que estava sofrendo ameaças no local, segundo informação da PF.
O repórter, colaborador do jornal britânico The Guardian, estava no local para apurar informações para um livro no qual estava atuando, com o título “Como salvar a Amazônia”.
Na última quarta-feira (8), o Governo federal anunciou a formação de uma força-tarefa entre PF, Exército, Marinha e a Secretaria de Segurança Pública, para intensificar as investigações.