Atualizado em 30/07/2024 por Ana Luiza
A Ledger, reconhecida fabricante de carteiras de criptomoedas de hardware, lançou nesta sexta-feira (26) o novo modelo Ledger Flex. Este dispositivo, com um preço de US$ 249 (aproximadamente R$ 1.408), é uma atualização da tecnologia de tela sensível ao toque já presente no modelo anterior, Ledger Stax.
A Ledger Flex adota uma tela capacitiva sensível ao toque de 2,8 polegadas, com tecnologia E Ink e resolução de 600 x 480 pixels. No entanto, ao contrário do Ledger Stax, que apresenta uma tela curva desenvolvida por Tony Fadell, a Flex possui uma tela plana. O modelo está disponível em duas versões: uma com o design preto e prata tradicional da Ledger e outra em uma variante laranja, uma clara referência ao Bitcoin.
A flexibilidade e o custo mais acessível da Flex visam democratizar o acesso à autocustódia para um público mais amplo. Pascal Gauthier, CEO da Ledger, comentou sobre a inovação, afirmando que a nova carteira “tornará a autocustódia mais acessível do que nunca para mais consumidores e empresas.”
O dispositivo tem um peso de 57,5 gramas e suas dimensões são de 78,40 mm × 56,50 mm × 7,70 mm. A Ledger Flex é equipada com conectividade USB-C, Bluetooth 5.2 e NFC, além de uma bateria com autonomia que pode durar “semanas ou até meses com uma carga”. O elemento seguro certificado Evaluation Assurance Level (EAL) 6, crucial para a proteção dos dados, também está presente na Flex. Este elemento é responsável por gerar e armazenar as chaves privadas dos usuários e garantir a segurança da tela.
A Ledger destaca sua abordagem inovadora para a segurança, que inclui um sistema operacional proprietário, o BOLOS, e o Donjon, uma equipe de hackers éticos encarregada de identificar e corrigir vulnerabilidades no hardware e no software da empresa. Esta abordagem visa fortalecer a proteção dos dados dos usuários e garantir a integridade do dispositivo.
A Ledger Flex faz parte da iniciativa da empresa para “proteger um mundo que está adotando a IA”, oferecendo um recurso chamado “Proof of You”. Este recurso é suportado por um novo aplicativo, o Ledger Security Key, que permite a criação de Autenticação de Dois Fatores (2FA) e Passkeys usando a especificação aberta FIDO 2. O aplicativo, disponível para as carteiras Flex e Stax, facilita o login sem senha em sites como Google, Amazon, e exchanges de criptomoedas como Binance e Coinbase, através da tecnologia NFC ou conexão com um computador.
Apesar das inovações, a Ledger enfrentou desafios de segurança no passado. Em 2021, a empresa sofreu um vazamento de dados que expôs informações pessoais de quase 300.000 usuários. No ano seguinte, um problema foi identificado com uma versão maliciosa do Ledger Connect Kit, levando a empresa a aconselhar os clientes a evitar interação com aplicativos descentralizados (dapps) até que uma correção fosse implementada.
Mais recentemente, em maio de 2023, a Ledger enfrentou críticas devido ao Ledger Recover, um serviço de recuperação de chaves baseado em ID que faz backup das frases-semente dos usuários. A crítica foi direcionada à percepção de que este serviço poderia funcionar como uma “porta dos fundos” nos dispositivos. O cofundador Nicolas Bacca garantiu que o serviço não representava uma porta dos fundos e que nenhuma ação poderia ser tomada sem o consentimento do usuário.
A Ledger anunciou que o Ledger Recover é suportado pela nova Flex desde o lançamento. A empresa afirmou que, com o Ledger Recover, os usuários não precisarão se preocupar com a recuperação do acesso à carteira, mesmo que o backup físico da Frase de Recuperação Secreta seja perdido ou destruído.
A introdução da Ledger Flex marca um avanço significativo na oferta da empresa, buscando equilibrar acessibilidade e segurança para os usuários de criptomoedas. Com um preço mais acessível e novas funcionalidades, a Flex visa atender a um público mais amplo, enquanto a Ledger continua a enfrentar e superar desafios no cenário de segurança cibernética.