Atualizado em 23/05/2023 por Pedro Moraes
Após a prisão de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), neste mês por suspeita de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, alguns desdobramentos surgiram. Um deles é a explicação de Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama. Ela negou ter qualquer relação com o tenente-coronel.
Em contrapartida, Michelle revelou que o militar era responsável por pagar as contas pessoais dela, já que ficava com o cartão-corrente do marido.
“Nenhuma [relação com Mauro Cid]. O meu contato com ele se dava por meio das minhas assessoras. Ele pagava minhas contas pessoais porque era ele que ficava com o cartão da conta-corrente do meu marido. Todo o dinheiro usado pelo coronel para pagar minhas despesas foi sacado da conta pessoal do Jair, dos rendimentos dele como presidente da República. Não tem um tostão de recursos públicos. Temos os extratos para provar isso”, explicou ela, em entrevista à revista Veja.
A Polícia Federal (PF) chegou a interceptar conversas que revelaram trocas de mensagens entre Mauro Cid e duas assessoras de Michelle. No conteúdo, existe a suposição de uma orientação para o pagamento em dinheiro em espécie das despesas da ex-primeira dama.
Michelle Bolsonaro ainda mencionou que não pagava as próprias contas porque administrava as despesas somente até chegar ao Alvorada.
“Antes do Jair se tornar presidente, eu administrava as contas da nossa casa. Quando chegamos no Alvorada, tinha essa figura para fazer esse trabalho. Pagar as despesas do dia a dia. A gente tinha vários eventos, uma demanda muito grande de trabalho, então a gente deixava tudo na planilha. Eu passava para a minha assessora, que passava para o Cid, que tinha acesso ao cartão pessoal. Ele sacava e pagava a manicure, ou cabeleireiro, um dinheiro para o lanche das crianças”, acrescentou.