Atualizado em 14/06/2024 por Ana Luiza
Em uma ação coordenada na terça-feira (11), agentes das Polícias Civis do Rio de Janeiro e do Pará realizaram a segunda fase da “Operação Investimento de Araque”. Esta operação visa desmantelar uma organização criminosa que, segundo as investigações, aplicou golpes milionários em criptomoedas nos estados do Rio de Janeiro, Amazonas e Pará.
Prisões e Apreensões
A operação resultou no cumprimento de três mandados de prisão preventiva e um mandado de busca e apreensão. Em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, foram presos dois homens apontados como sócios-proprietários da empresa envolvida no esquema. Em Manaus, capital do Amazonas, a gerente da equipe também foi presa. No Pará, na cidade de Ananindeua, os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência de um ex-gerente, onde foram apreendidos materiais tecnológicos e um celular.
Modo de Operação e Impacto dos Golpes
De acordo com as investigações, a quadrilha movimentou mais de R$ 15 milhões em dois anos, causando prejuízos a mais de 50 vítimas nas regiões afetadas. A apuração começou em 2022, após a polícia paraense registrar diversos boletins de ocorrência contra uma empresa acusada de aplicar golpes em Belém, capital do Pará.
O esquema funcionava com a empresa se apresentando como intermediadora financeira, oferecendo investir os valores das vítimas em criptomoedas e prometer parte da rentabilidade. As vítimas, muitas delas funcionários públicos, eram convencidas a fazer empréstimos pessoais e transferir os valores para a instituição golpista. Quando os clientes decidiam não renovar os contratos ou não conseguiam finalizar os acordos, a empresa deixava de pagar as parcelas, obrigando as vítimas a arcar com o saldo devedor.
Contexto e Outras Operações Relacionadas
Essa ação faz parte de um esforço maior das autoridades para combater crimes relacionados a criptomoedas. Em outra operação, a “Operação Protetor”, realizada em Umuarama (PR), uma força integrada por policiais militares do Batalhão de Polícia de Fronteira (BPFron), policiais federais e a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) apreendeu 115 máquinas de mineração de Bitcoin (BTC). Avaliadas em mais de R$ 1 milhão, as máquinas estavam em uma carreta abordada pelas autoridades e foram encaminhadas à Receita Federal em Guaíba (PR). Os ocupantes do veículo, o motorista de 34 anos e a passageira de 43 anos, foram liberados após prestar depoimento, já que nenhum ilícito foi encontrado.
Crescimento das Investigações e Futuras Implicações
As operações contínuas refletem um aumento na fiscalização e repressão de crimes envolvendo criptomoedas. No Paraguai, por exemplo, 450 máquinas de mineração de Bitcoin apreendidas pela justiça desapareceram misteriosamente da casa de um ex-prefeito, destacando os desafios das autoridades em lidar com crimes tecnológicos.