Atualizado em 13/12/2022 por Ana Luiza
A Polícia Federal indiciou o empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”, e mais cinco pessoas, em um inquérito sobre fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas. O caso está sendo investigado e as acusações contra os envolvidos são graves.
Desde 3 de novembro, Silva está preso preventivamente, pois foi alvo de uma operação da Polícia Federal. Ele é suspeito de comandar um esquema de pirâmide financeira disfarçado de aluguel de criptomoedas desde 2016, cometendo diversos crimes. A investigação do caso está em andamento.
O relatório da Polícia Federal sobre as investigações possui mais de 600 páginas, nas quais a corporação detalha as provas analisadas e os depoimentos coletados desde que o inquérito foi aberto em março de 2022.
Na semana passada, “Sheik dos Bitcoins” foi indiciado por cinco crimes: organização criminosa, estelionato, obtenção de ganhos ilícitos através de especulações ou processos fraudulentos, lavagem de dinheiro e emissão de títulos ou valores mobiliários sem registro prévio junto à autoridade competente. Esses crimes são graves e sua investigação está em andamento.
A Polícia Federal indiciou Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”, por criar e integrar uma organização criminosa que atuava tanto dentro quanto fora do Brasil. O dano causado por essa organização é estimado em entre R$ 583 milhões e R$ 1,15 bilhão. O relatório que detalha as investigações é assinado pelo delegado Filipe Hille Pace.
De acordo com as investigações, o grupo promoveu fraudes de maneira organizada e dividindo as tarefas entre os membros. Eles utilizaram várias plataformas virtuais e empresas de criptoativos e marketing multinível para captar recursos das vítimas, prometendo pagamentos de rendimentos acima da média do mercado.
No entanto, esses pagamentos eram apenas uma estratégia para apropriação indevida dos valores das vítimas.
Saiba mais: Solana perde um bilhão de reais depois do colapso da FTX, sua principal apoiadora
Conheça quem é Francisley Valdevino da Silva, o Sheik dos Bitcoins
De acordo com a polícia, Francisley apresentava-se como Francis Silva e é natural de São Paulo, mas se estabeleceu em Curitiba, onde desenvolveu uma empresa do ramo da tecnologia.
Ele é suspeito de possuir mais de cem empresas vinculadas a ele no Brasil, e a investigação indica que ele usou o dinheiro arrecadado nas fraudes para comprar bens de alto valor, como imóveis, carros de luxo, embarcações, roupas de grife, joias, viagens, aviões e fazer doações a igrejas.
O esquema começou a desmoronar no final de 2021, quando Francisley não conseguiu mais pagar o que devia aos clientes. Sasha Meneghel foi uma das vítimas do suspeito, tendo sofrido um prejuízo de cerca de R$ 1,2 milhão ao investir na empresa sem receber o valor investido de volta.
Saiba mais: Bitcoin: O maior fundo da criptomoeda desaba e atinge 50% de desconto sobre a moeda
Conheça os detalhes do esquema criminoso comandado pelo Sheik dos Bitcoins
A Polícia Federal (PF) informou que sua investigação comprovou que os recursos das vítimas nunca foram rentabilizados. Segundo a PF, tão logo os valores ingressavam nas contas e carteiras de criptoativos do grupo criminoso, os indiciados imediatamente se apropriavam deles, usando uma pequena porcentagem dos recursos para pagar as vítimas mensalmente e gastando o restante de acordo com seus interesses pessoais.
O processo investigativo foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), que poderá oferecer uma denúncia para iniciar um processo penal contra os suspeitos. A Polícia Federal (PF) também disse que realizará outros procedimentos internos para encaminhar os bens apreendidos à Justiça.
No final de outubro, pouco antes de ser preso, Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”, culpou o Bitcoin pelo calote e disse que não tinha dinheiro para pagar seus clientes. Ele também revelou que suas “barras de ouro” eram de latão. Poucos dias antes, a Justiça decretou a falência da Rental Coins e destacou a “vida de luxo” de Francisley, de acordo com notícias publicadas pelo Cointelegraph Brasil.
Além de Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”, outras cinco pessoas também foram indiciadas após a conclusão das análises dos materiais obtidos pela Polícia Federal (PF), exames de equipamentos eletrônicos, documentos obtidos com os investigados, oitivas de testemunhas, ex-funcionários, vítimas e pessoas com informações relevantes para a investigação. De acordo com a PF, os investigados também tiveram a oportunidade de apresentar suas versões dos fatos.
A investigação realizada pela Polícia Federal (PF) apontou a existência de uma organização criminosa que atuava de forma estruturada no Brasil e no exterior, com divisão de tarefas, para cometer fraudes através de várias plataformas virtuais e empresas relacionadas a criptoativos.