A cúpula do PT se reúne nesta terça-feira (30) em São Paulo para fazer a primeira reunião de avaliação após o resultado das eleições em que terminou com a derrota do candidato Fernando Haddad (PT) para Jair Bolsonaro (PSL) por 55,1% contra 44,9% dos votos válidos.

A Comissão Executiva Nacional do partido também deverá estabelecer as estratégias para se consolidar como oposição ao governo eleito, após permanecer 16 anos à frente do Executivo Federal.

Em seu pronunciamento, após a divulgação do resultado das eleições, Haddad disse que será preciso se reconectar com a base. Essa afirmação é a primeira sinalização de que o partido deve reconhecer esse distanciamento que ocorreu enquanto estava no governo e tentar reconstruir a legenda.

A mesma crítica foi feita por aliados do partido como Cid Gomes, senador eleito pelo Ceará, e pelo rapper Mano Brown, em discursos durante esse segundo turno da disputa.

Nas redes sociais, a presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR), eleita para a Câmara dos Deputados, reafirmou que é necessário “erguer a cabeça” e manter a luta.

“Uma derrota eleitoral não pode significar a derrota da Constituição e democracia brasileira”, disse Gleisi, em vídeo gravado após a divulgação do resultado oficial no último dia 28.

Os rumos que o partido irá tomar também deverão levar em consideração a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba, no Paraná. Atualmente, todas as decisões tomadas pela cúpula da legenda, antes passa pelo crivo de Lula.

Entretanto, a imagem do petista e os casos de corrupção em que membros do partido se envolveram nos últimos anos foi utilizada pelos adversários para crescer na disputa eleitoral. A criação de um sentimento anti-petismo na sociedade resultou no crescimento da direita e culminou na eleição de Bolsonaro para presidente.