Atualizado em 21/08/2023 por Ana Luiza
Na manhã desta segunda-feira, a principal criptomoeda, o bitcoin, continuava com a nova mínima de dois meses, marcando um rompimento de sua recente faixa estreita de negociação, em resposta a uma onda de sentimento de aversão ao risco que tomou conta dos mercados globais.
Na última sexta-feira, o bitcoin registrou uma queda significativa de 7,2%, a maior queda diária desde novembro de 2022, quando a renomada exchange FTX passou por um colapso inesperado.
Bitcoin enfrenta novas baixas
Durante o pregão asiático na sexta-feira, a criptomoeda alcançou o patamar de US$ 26.172, representando sua mínima em dois meses e a mais baixa desde meados de junho. Contudo, até as 08:35 GMT, observou-se uma recuperação parcial, com o preço retornando para US$ 26.441, representando uma queda de 0,8% no dia.
O mercado financeiro global não escapou dessa onda de vendas, culminando no fechamento em baixa dos principais índices de Wall Street na quinta-feira e acentuando as perdas nas ações asiáticas, que agora encaram a perspectiva de uma terceira semana consecutiva de declínios. A economia chinesa e o receio de que as taxas de juros norte-americanas permaneçam elevadas devido a uma economia resiliente são os principais fatores por trás dessa tendência de queda.
Enquanto isso, o Ether, a segunda maior criptomoeda por capitalização de mercado, manteve-se estável em US$ 1.685,20, mesmo após ter sofrido uma queda acentuada no dia anterior.
Queda justificada?
Diversos analistas atribuem essa queda nas criptomoedas a um relatório veiculado pelo Wall Street Journal, informando que a SpaceX, empresa de Elon Musk, vendeu suas participações em bitcoin após ter reduzido seu valor em impressionantes US$ 373 milhões. Vale ressaltar que Musk possui uma influência notável entre os entusiastas de criptomoedas e que os preços do bitcoin já demonstraram ser sensíveis às declarações do empresário em redes sociais.
Ben Laidler, estrategista de mercados globais da eToro, afirma que o relatório da SpaceX serviu como “catalisador imediato” para a liquidação do bitcoin. Ele acrescenta que essa queda também reflete a pressão de venda de risco que afeta todas as classes de ativos financeiros, indicando que os criptoativos não são imunes a esses movimentos mais amplos.
Joseph Edwards, chefe de pesquisa da Enigma Securities, sugere que a baixa volatilidade e a falta de entusiasmo por parte dos investidores de varejo têm contribuído para a recente mudança no preço do bitcoin.
Nos últimos meses, o bitcoin estava operando próximo à marca de US$ 30.000, após uma recuperação gradual ao longo deste ano, após o forte declínio sofrido em 2022. Naquele ano, diversos colapsos de empresas de criptografia resultaram em perdas substanciais para os investidores.
É importante recordar que os mercados de criptomoedas foram impulsionados em junho pela BlackRock, que manifestou interesse na criação de um fundo negociado em bolsa (ETF) relacionado ao bitcoin nos Estados Unidos. Essa movimentação foi interpretada por alguns investidores como um sinal de que a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA poderia aprovar aplicações similares de outros gestores de ativos, como a Grayscale.
Edwards conclui alertando sobre a preocupação de que esses eventos possam influenciar o resultado do processo da Grayscale contra a SEC, destacando que o otimismo gerado por essa situação tem mantido os mercados inflados acima do que seria esperado durante boa parte do verão.
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