Atualizado em 26/09/2023 por Ana Luiza
O mundo das criptomoedas está em efervescência, e o Brasil não fica atrás. No mês de julho, os brasileiros atingiram um marco notável ao apresentar um recorde de declarações de operações com criptoativos à Receita Federal. No entanto, apesar do aumento no número de declarações, os valores declarados tiveram uma queda de 11% em relação ao mês anterior, revelando nuances intrigantes nesse cenário em constante evolução.
De acordo com dados da Instrução Normativa 1888, divulgados na segunda-feira (25), um total impressionante de 4.134.138 CPFs relataram atividades de compra e venda de ativos digitais em julho. Isso marca o segundo mês consecutivo de recorde nesse quesito. Quanto às pessoas jurídicas, julho representou o quarto mês consecutivo de números recordes, com 92.105 declarações provenientes desse grupo.
Comparado ao mesmo mês em 2022, observamos um aumento substancial de 174% no número de pessoas físicas que reportaram operações com ativos digitais. No caso das pessoas jurídicas, o cenário é igualmente impressionante, com um crescimento de 180% na comparação anual.
Os números totais impressionam: em julho, movimentou-se a cifra de R$ 18,856 bilhões em criptoativos no país. É relevante mencionar que as exchanges desempenharam um papel fundamental nesse panorama, declarando um volume de R$ 12,958 bilhões. Entretanto, o resultado global assinalou uma queda de 11% em relação ao volume registrado em junho, embora ainda seja o quarto maior valor mensal em 2023.
Além das fronteiras nacionais, as transações realizadas em exchanges estrangeiras somaram R$ 2,293 bilhões em julho, representando uma diminuição de 13% em relação ao mês anterior. No entanto, esse valor ainda marca um aumento notável de 90% em relação ao mesmo período de 2022.
Por outro lado, as transações de criptomoedas realizadas sem a intermediação de exchanges, conhecidas como P2P (peer to peer), movimentaram R$ 3,604 bilhões em julho. Isso representa uma redução de 14% em comparação com junho, mas um crescimento sólido de 15% em relação a julho do ano anterior.
A Receita Federal tem monitorado atentamente as declarações de criptomoedas desde agosto de 2019. De acordo com as regras da Instrução Normativa 1888, transações de criptomoedas acima de R$ 30 mil devem ser informadas à Receita pelos próprios investidores, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. As exchanges nacionais, por sua vez, são responsáveis por declarar em nome de seus clientes.
A Receita Federal ainda destacou os resultados das declarações por tipo de criptomoeda. Em julho, os brasileiros movimentaram R$ 737,522 milhões em Bitcoin (BTC), marcando o volume mais baixo desde o início da série histórica em 2019 e apenas a terceira vez que o desempenho mensal fica abaixo de R$ 1 bilhão.
Operações com Ethereum (ETH) atingiram R$ 150,844 milhões, registrando o resultado mais baixo desde outubro de 2020 e o 18º mês consecutivo com volume declarado abaixo de R$ 1 bilhão.
Por outro lado, a stablecoin Tether (USDT) liderou o ranking, movimentando R$ 15,388 bilhões em julho. Embora esse número represente uma queda de quase 12% em relação a junho, ele ainda se destaca como o quarto maior volume já registrado na série histórica.
Vale ressaltar que os dados são baseados em declarações voluntárias de contribuintes, podendo conter erros que serão ajustados em futuras divulgações. Além disso, devido à natureza descentralizada do mercado de criptomoedas, os números podem ser ainda maiores, uma vez que investidores que operam fora das exchanges nem sempre declaram suas transações.
O Brasil está, sem dúvida, no epicentro da revolução cripto, e os números impressionantes de julho são um reflexo desse fascinante panorama em constante evolução. Acompanharemos de perto como esse cenário continuará a se desenvolver e influenciar o mundo das finanças e da tecnologia.
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