Atualizado em 29/11/2023 por Ana Luiza
Na manhã desta terça-feira (28), a Polícia Federal deflagrou a Operação Ouranós para cumprir 28 mandados de prisão, busca e apreensão em diversas cidades do Brasil, como parte de uma investigação que aponta uma pirâmide financeira envolvida em um esquema de arbitragem de criptomoedas, que teria desviado cerca de R$ 1 bilhão.
De acordo com comunicado oficial da PF, os mandados estão sendo executados em Balneário Camboriú e Palhoça (SC), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e São Paulo (SP). A justiça determinou o bloqueio e sequestro de aproximadamente R$ 400 milhões em bens, incluindo embarcações e veículos de luxo, além do congelamento de mais de 111 contas bancárias e três fundos de investimento.
Imagens divulgadas pela PF revelam que, além de carros de luxo e relógios, uma aeronave também foi confiscada.
Segundo as informações da Polícia Federal, o esquema de pirâmide consistiu, pelo menos desde 2020, em operar uma distribuidora de títulos e valores mobiliários para captar recursos de cerca de 7 mil investidores em 17 estados brasileiros.
Por meio de uma oferta pública de Contratos de Investimento Coletivo (CIC), o dinheiro dos investidores era supostamente aplicado em arbitragem de criptomoedas, com remunerações fixas e variáveis, sem qualquer controle, registro ou autorização dos órgãos competentes, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“A partir dessa captação bilionária, os recursos transitaram em várias contas de passagem, de diversas empresas, por meio de blindagem patrimonial, visando esvaziar o patrimônio da instituição financeira clandestina”, destaca a Polícia Federal.
A polícia ressalta que o rastreamento dos recursos ilícitos revelou uma “centrifugação de dinheiro”, um sistema que envolve a utilização de vários níveis em contas de passagem, com fracionamento de transferências bancárias.
As investigações identificaram, ainda, investimentos com possível origem no tráfico de drogas, crimes contra o sistema financeiro nacional e fraudes empresariais e fiscais.
A apuração, iniciada em 2020, revelou que as ações ilícitas tiveram início em Balneário Camboriú (SC), estendendo-se para Curitiba (PR) e, posteriormente, para o centro econômico do país, em São Paulo.
Os crimes em questão, em tese, incluem lavagem de dinheiro, organização criminosa e crimes contra o sistema financeiro nacional, como fazer operar instituição financeira sem autorização, oferta irregular de valor mobiliário e exercício ilegal de assessoria de investimento, conforme destaca a Polícia Federal.
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