Atualizado em 26/04/2022 por Maria Clara
A maioria das cidades e estados eliminaram os requisitos do uso das máscaras e outras precauções contra a Covid-19, por isso, nos perguntamos sobre quais as chances de sermos infectados ou hospitalizados se contrairmos o vírus.
Os pesquisadores estão investigando essa questão e o que descobriram é que para as pessoas que estão em dia com suas vacinas contra a Covid-19 que a proteção contra a contaminação diminui cerca de três ou quatro meses após a última dose – porém, a proteção contra riscos fatais continua alta.
Aqui está o porquê: os anticorpos, defensores da linha de frente do sistema imunológico, caem gradualmente após uma infecção ou vacinação. Ao longo de alguns meses eles desaparecem, mas isso permite outra invasão viral.
A boa notícia é que embora a defesa imunológica comece com os anticorpos, ela não termina neste ponto. Outras células, como células B e células T, mantém a memória impressa do vírus ou da vacina, para que possam produzir outro exército de anticorpos se encontrarem esse patógeno novamente.
Leva algum tempo para construir esse exército, então enquanto seu corpo está se preparando para lutar, você pode ter alguns sintomas. No final, seu sistema imunológico se recupera mais rapidamente .
Adultos mais velhos e aqueles com função imunológica mais baixa podem precisar de ajuda extra para evitar os piores resultados de uma infecção por Covid-19.
Proteção após a infecção
Os dados apresentados esta semana ao Comitê Consultivo sobre Práticas de Imunização dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos detalham isso.
Veja como a proteção está se mantendo na vida real contra uma infecção pela variante Ômicron do coronavírus que causa sintomas. Se você tiver:
- Duas doses da vacina Johnson & Johnson: são 30% eficazes entre dois e quatro meses após as injeções;
- Uma dose da Johnson & Johnson e uma dose de mRNA da Pfizer/BioNTech ou Moderna: as vacinas são 55% eficazes entre os meses 2 e 4;
- Três doses de uma injeção de mRNA: suas vacinas são 63% eficazes entre os meses 2 e 4;
- Após cinco meses, as doses de reforço quase não oferecem proteção contra a infecção pela Ômicron, de acordo com dados da Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido.
Proteção contra hospitalização com baixa função imunológica
Sara Tartof, epidemiologista da Kaiser Permanente, no sul da Califórnia, vem estudando o desempenho de uma terceira dose da vacina mRNA da Pfizer. Até três meses após a terceira dose, a eficácia da vacina contra internação foi de 85%, mas posteriormente caiu para 55%.
Depois de verificar com mais atenção, porém, ela descobriu que esses resultados foram em grande parte impulsionados pelo status imunológico.
“Não vimos nenhuma evidência de declínio além dos imunocomprometidos”, disse Tartof. “Nos imunocomprometidos, a eficácia da vacina começa basicamente baixa e diminui ainda mais”. Mas para pessoas com função imunológica regular, a eficácia da vacina contra internação permaneceu alta, com cerca de 86% após três meses.
Os resultados do estudo inicial foram publicados na revista The Lancet Repiratory Medicine. A pesquisadora Tartof diz que planeja atualizá-los em breve com os resultados por status imunológico.
Em geral, os pesquisadores estão descobrindo que para adultos com 50 anos ou mais cujos sistemas imunológicos estão funcionando normalmente, a proteção começa alta e permanece alta – cerca de 84% – por até seis meses após uma dose de reforço, quando se trata do risco de ser hospitalizado com uma infecção causada pela variante Ômicron.
Para adultos com 50 anos ou mais que têm função imunológica reduzida, como aqueles que fizeram transplantes de órgãos sólidos ou que estão recebendo tratamento contra o câncer, a proteção de uma dose de reforço é inicialmente boa, mas cai mais rapidamente.
Por exemplo, até dois meses após uma dose de reforço de uma vacina de mRNA, um adulto imunocomprometido pode esperar 81% de proteção contra internação se contrair uma infecção causada pela variante Ômicron, mas isso cai para cerca de 49% após quatro meses, de acordo com novos dados do Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA. Esta é uma das razões pelas quais este grupo foi priorizado para doses de reforço adicionais.