Atualizado em 13/09/2023 por Ana Luiza
Um depoimento bombástico na CPI das Pirâmides Financeiras trouxe à tona alegações de que o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro teria recebido doações suspeitas de R$ 600 mil de uma polêmica empresa de criptomoedas, a Atlas Quantum. A testemunha, Mateus Muller, ex-investidor da Atlas, detalhou as doações e levantou sérias questões sobre possíveis conexões políticas na investigação.
A Atlas Quantum, fundada em 2018 por Rodrigo Marques dos Santos e Fabrício Spiazzi Sanfelice Cutis, ganhou notoriedade por seu robô de arbitragem “Quantum,” que prometia lucros automatizados aos investidores. No entanto, a empresa enfrentou investigações da Comissão de Valores Mobiliários em 2019 e deixou mais de 200.000 clientes prejudicados, com prejuízos estimados em R$ 6 bilhões.
Muller, agora líder do Grupo Valquíria, uma organização de vítimas da Atlas, afirmou que as doações supostamente destinadas à campanha de Bolsonaro tinham como objetivo proteger a empresa de investigações. Ele alegou que recebeu mensagens da ex-diretora financeira da Atlas, Carolina de Almeida Costa, confirmando doações significativas ligadas à campanha do presidente.
Durante seu depoimento, Muller pediu que Carolina Costa e Ester Braga, ex-esposa de Rodrigo Marques e ex-executiva da Atlas, sejam convocadas para fornecer mais informações sobre o caso. Ele também sugeriu que autoridades podem ter se omitido em investigações, levantando suspeitas de cumplicidade.
No entanto, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) questionou Muller sobre a falta de provas concretas para sustentar suas alegações. Muller foi lembrado da importância de dizer a verdade perante a CPI, sob pena de acusações de falso testemunho.
As revelações trouxeram à tona preocupações sobre possíveis conexões políticas na investigação das atividades da Atlas Quantum. Em abril de 2021, vítimas da empresa foram a Brasília em busca de ajuda do presidente Bolsonaro para investigar a Atlas, mas pouco progresso foi relatado desde então.
A expectativa agora é que as investigações se intensifiquem, lançando luz sobre as operações da Atlas Quantum e possíveis ligações políticas. O Livecoins procurou a assessoria de Jair Bolsonaro para comentar as alegações, mas até o momento não recebeu resposta.
Este desenvolvimento na CPI das Pirâmides Financeiras promete manter a atenção do público enquanto se desenrola a investigação sobre o alegado financiamento ilícito de campanhas eleitorais pela Atlas Quantum.
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