Hepatite infantil de causa desconhecida vira alerta para a OMS

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Hepatite infantil de causa desconhecida vira alerta para a OMS

Atualizado em 25/04/2022 por Maria Clara

A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou, neste sábado (23), a situação dos casos de hepatite de causa desconhecida em crianças. Segundo a OMS, foram registrados pelo menos 169 casos em 12 países até o dia 21 de abril.

Os casos foram identificados e notificados no Reino Unido, Espanha, Israel, Estados Unidos, Dinamarca, Irlanda, Holanda, Itália, Noruega, França, Romênia e Bélgica. Atingiram crianças e adolescentes, entre 1 mês e 16 anos de idade, dezessete crianças necessitaram de transplante de fígado e uma morte foi relatada.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o quadro clínico consiste em hepatite aguda por enzimas hepáticas acentuadamente elevadas. Muitos pacientes apresentaram sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia e vômitos antes da evolução para a hepatite aguda e icterícia. A maioria dos pacientes não tiveram queixa de febre.

Os vírus comuns que causam hepatite viral aguda não foram detectados em nenhum desses casos. Ademais, viagens internacionais para outros países com base nas informações atualmente disponíveis não foram identificados como fatores associados à doença.

OMS realiza investigação

Desde a identificação dos primeiros relatos da hepatite aguda de causa desconhecida no Reino Unido e Irlanda no dia 15 de abril, a OMS realiza a investigação dos casos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, ainda não está claro se desde então houve um aumento nos casos de hepatite ou um aumento na busca ativa pelos casos que já aconteciam mas que permaneceriam sem detecção, se não fosse pelo alerta dado devido aos casos. Embora o adenovírus seja uma possível causa, as investigações estão em andamento para esclarecer o agente causador da doença.

O Reino Unido, onde a maioria dos casos foi relatada até o momento, observou recentemente um aumento significativo nas infecções por adenovírus, particularmente detectado em amostras fecais em crianças. Após um período de baixos níveis de circulação do adenovírus no início da pandemia de Covid-19, o que pode ter acontecido por causa do lockdown que fez com que crianças diminuíssem o contato com vias transmissoras. A Holanda também relatou um aumento simultâneo da circulação de adenovírus.

No entanto, devido ao aumento da testagem laboratorial para adenovírus, os achados podem representar a identificação do que poderia ocorrer normalmente e não necessariamente um aumento da circulação do vírus.

Resposta de saúde pública

Outras investigações estão em andamento em países que identificaram casos e incluem históricos clínicos e de exposição mais detalhados, testes toxicológicos (que incluem testes de toxicidade ambiental e alimentar) e testes virológicos/microbiológicos adicionais. Os países afetados também iniciaram atividades de vigilância aprimoradas.

A OMS e o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês) estão apoiando os países nas investigações em andamento e coletando informações dos países que relatam casos.

As informações disponíveis são divulgadas pelos países por meio de suas Redes de Hepatite e organizações clínicas, como a Associação Europeia para o Estudo do Fígado, a Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ESCMID) e a Sociedade Europeia de Gastroenterologia Pediátrica, Hepatologia e Nutrição (ESPGHAN).

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