Atualizado em 15/05/2024 por Ana Luiza
Na tarde de segunda-feira, o universo do Bitcoin foi sacudido por um evento raro e notável: um minerador solitário alcançou a façanha de completar sozinho o bloco 843.231 da famosa criptomoeda. Em um mercado dominado por grandes empresas de mineração, essa conquista singular merece destaque.
A recompensa por essa realização extraordinária foi substancial: 3,319 bitcoins, avaliados em cerca de US$ 202,6 mil, equivalente a uma soma impressionante de R$ 1,04 milhão. Este feito desafiou as probabilidades, uma vez que o cenário atual da mineração de Bitcoin é predominantemente dominado por pools de mineração poderosos.
Apesar das dificuldades inerentes a essa empreitada, alguns usuários persistem na estratégia de mineração solo. Nesse contexto, o minerador em questão empregou um software disponibilizado pela CKpool, uma opção que, embora arriscada, oferece uma chance aos indivíduos de competir em um campo dominado por grandes conglomerados.
Segundo informações fornecidas pela CKpool, este não foi um evento isolado. O bloco 843.231 marca o 284º bloco completo por um indivíduo usando seu sistema. Contudo, diante do volume massivo de blocos minerados diariamente, a contribuição dos mineradores solos é marginal, totalizando menos de 100 blocos por ano.
Outro fato notável ocorreu no final de abril, quando um minerador conseguiu resolver um bloco sozinho e obteve uma recompensa similar, recebendo 3.433 bitcoins. Isso sugere que, embora rara, a mineração solo ainda é uma possibilidade viável para alguns.
Entretanto, é importante contextualizar essa proeza dentro da evolução da mineração de Bitcoin. Nos estágios iniciais da criptomoeda, os mineradores individuais desfrutavam de uma taxa de sucesso considerável. No entanto, com o passar do tempo e o crescimento exponencial da rede, tornou-se quase impraticável para um único minerador competir com as grandes operações de mineração.
Atualmente, a maioria dos mineradores individuais opta por juntar-se a pools de mineração, onde combinam seu poder de hash com outros membros para aumentar suas chances de sucesso. Esse modelo compartilhado de mineração permite uma distribuição mais equitativa das recompensas, tornando-o mais atrativo para aqueles que buscam lucrar com a mineração de Bitcoin.
Além disso, o custo inicial significativo para configurar uma operação de mineração individual desencoraja muitos potenciais mineradores. A adesão a pools de mineração oferece uma alternativa mais acessível e lucrativa, especialmente diante da concorrência das grandes mineradoras, que possuem recursos computacionais substanciais.
É crucial mencionar que o recente halving do Bitcoin, ocorrido em 19 de abril, reduziu pela metade a recompensa para os mineradores. Isso significa que a cada bloco completado, os mineradores agora recebem 3,125 bitcoins, metade do valor anterior. No caso do minerador solitário desta segunda-feira, ele também recebeu 0,194 bitcoins em taxas de transação.
Em suma, o sucesso do minerador solitário que faturou R$ 1 milhão ao resolver um bloco de Bitcoin por conta própria destaca não apenas a persistência e habilidade técnica de alguns indivíduos, mas também as complexidades e desafios enfrentados pelos mineradores no atual cenário da criptomineração.