Atualizado em 13/01/2023 por Ana Luiza
A empresa Nexo, especializada em empréstimos de criptomoedas, está sendo investigada na Bulgária por supostas atividades ilegais, incluindo a formação de um grupo de crime organizado, crimes fiscais, lavagem de dinheiro, operação bancária sem licença, fraudes informáticas e violações de sanções internacionais. A investigação é liderada por promotores na cidade de Sofia.
Siyka Mileva, porta-voz do gabinete do promotor, declarou a repórteres que em Sofia estão sendo tomadas medidas ativas como parte de uma investigação pré-julgamento visando neutralizar a atividade criminosa ilegal da empresa de empréstimo de criptomoedas Nexo.
De acordo com Mileva, a investigação está sendo realizada na Bulgária, pois os principais responsáveis pela plataforma são cidadãos búlgaros e as principais atividades estão sendo realizadas dentro do território búlgaro.
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Nexo teria prestado apoio a Ruja Ignatova
Os promotores búlgaros revelaram que cerca de US$ 94 bilhões passaram pela plataforma Nexo nos últimos cinco anos, o equivalente a mais de R$ 484 bilhões. Eles também descobriram que uma pessoa oficialmente identificada como financiadora de atividades terroristas utilizou a plataforma para transferir criptomoedas.
As autoridades também suspeitam que a Nexo esteja envolvida com o esquema de Ruja Ignatova, uma fraudadora búlgara condenada e líder do esquema de pirâmide OneCoin. Ela é conhecida como a “Rainha das Criptomoedas” e está entre as 10 pessoas mais procuradas pelo FBI.
A operação envolveu mais de 300 investigadores, policiais e agentes de segurança, segundo a porta-voz do gabinete do promotor. A promotoria afirmou que a Nexo operava por meio de várias empresas, muitas das quais eram simplesmente “caixas de correio” ou empresas de fachada.
Um funcionário de relações públicas da Nexo confirmou para a Reuters que as autoridades búlgaras estavam em um de seus escritórios. No entanto, ele afirmou que essa unidade “tem apenas funções operacionais relacionadas a despesas, como folha de pagamento, suporte ao cliente e back office”.
De acordo com o Sofia News Agency, a investigação contra a Nexo começou há alguns meses, depois que serviços estrangeiros detectaram transações suspeitas que, supostamente, visavam contornar as sanções impostas pela União Europeia, Grã-Bretanha e EUA contra bancos russos, bem como empresas e cidadãos do país.
Segundo o portal, o cofundador da Nexo, Antoni Trenchev, é um ex-deputado da Bulgária, além disso, outros membros da equipe de gestão também são búlgaros, como Georgi Shulev, filho da ex-vice-primeira-ministra Lidiya Shuleva, Kosta Kantchev, Kalin Methodiev e Sokol Yankov.
Como a Nexos reagiu?
A empresa publicou uma série de declarações no Twitter, afirmando que sempre cooperou com as autoridades. A Nexo também informou quais medidas está tomando para prevenir a lavagem de dinheiro e combater o terrorismo por meio da sua plataforma.