Polícia Federal prende membros de quadrilha de tráfico com criptomoedas

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Polícia Federal prende membros de quadrilha de tráfico com criptomoedas

Atualizado em 14/07/2023 por Ana Luiza

Na última quarta-feira (12), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Bahamut, visando combater a lavagem de capitais provenientes do tráfico internacional de drogas e outros crimes, que supostamente envolviam a criação de empresas de fachada e o uso de criptomoedas. A ação ocorreu em quatro estados do Brasil e resultou na prisão de oito indivíduos suspeitos de fazerem parte desse esquema.

A operação, autorizada pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, contou com a participação de mais de 80 policiais federais, que cumpriram 11 mandados de prisão preventiva e 29 mandados de busca e apreensão. Os grupos criminosos investigados teriam movimentado mais de R$ 2 bilhões desde 2017.

A Justiça determinou o sequestro de bens e valores dos investigados, incluindo laranjas (pessoas que emprestam seu nome para terceiros) e empresas de fachada utilizadas para ocultar patrimônio ilícito. Cerca de R$ 250 milhões foram bloqueados, e bens móveis e imóveis foram interditados.

Polícia Federal segue com investigação

De acordo com a PF, a investigação é um desdobramento de outras operações que visavam reprimir o tráfico internacional de cocaína pelo modal marítimo do Brasil para a Europa. A Operação Bahamut revelou a atuação de dois grupos distintos, com modus operandi semelhantes, liderados por estrangeiros. Esses grupos forneciam suporte financeiro aos envolvidos no tráfico de drogas por meio da lavagem de dinheiro. Uma casa de câmbio no Rio de Janeiro foi identificada como responsável por receber valores provenientes do exterior para pagamento de traficantes no Brasil.

Os suspeitos criavam empresas de fachada em nome de terceiros, que eram utilizadas para abrir contas bancárias usadas na movimentação dos valores ilícitos. Mais de 20 empresas com esse propósito foram identificadas. Além disso, a investigação revelou transações financeiras e negociações envolvendo o Brasil e países da Europa, América do Norte e América do Sul. Os grupos criminosos também utilizavam criptomoedas para facilitar a lavagem de dinheiro.

Durante a operação, foram apreendidos seis carros de luxo e grandes quantias em dinheiro, totalizando R$ 2 milhões e mais 2 milhões de pesos argentinos.

A PF destacou que alguns dos alvos da operação levavam uma vida luxuosa, residiam em imóveis de alto padrão, possuíam carros importados de alto valor e realizavam viagens internacionais frequentemente.

Os crimes investigados incluem organização criminosa, gestão fraudulenta de instituição financeira e lavagem de dinheiro. Em caso de condenação, as penas somadas podem chegar a 30 anos de prisão.

A Operação Bahamut recebeu esse nome em referência a uma criatura da mitologia árabe que sustenta a Terra. No caso dessa investigação, os grupos criminosos sustentavam a articulação financeira ilícita das organizações criminosas.

Essa operação ressalta a importância de combater a lavagem de dinheiro no contexto das criptomoedas, bem como a necessidade de regulamentações efetivas para evitar o uso indevido desses ativos. As autoridades continuam vigilantes para garantir a integridade do sistema financeiro e a segurança dos investidores.

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