Projeto inovador da USP utiliza Blockchain para compartilhar e monetizar dados genômicos da Amazônia

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Projeto inovador da USP utiliza Blockchain para compartilhar e monetizar dados genômicos da Amazônia

Atualizado em 05/10/2023 por Ana Luiza

A Universidade de São Paulo (USP) lança o Amazon Biobank, um ambicioso projeto que emprega a tecnologia blockchain para criar um banco de dados genético colaborativo da Amazônia, com foco na monetização e compartilhamento de informações valiosas. Este projeto revolucionário faz parte da iniciativa Amazônia 4.0, que busca tornar o extrativismo benéfico para as comunidades locais, transformando a biodiversidade da floresta em uma fonte de riqueza.

Durante a edição deste ano do Futurecom, um evento que aborda inovação e transformação digital na América Latina, realizado em São Paulo nos dias 3, 4 e 5 de outubro, o Amazon Biobank foi apresentado ao público como uma solução tecnológica que visa criar produtos a partir do sequenciamento de espécies amazônicas. O projeto permitirá a criação de medicamentos e produtos de beleza, além de promover o desenvolvimento sustentável por meio de pesquisas relacionadas à biodiversidade.

Tereza Carvalho, engenheira eletricista e doutora pela USP, explicou a importância do Amazon Biobank: “Existem diversas pesquisas de bioeconomia para gerar produtos. Contudo, poucas informações são compartilhadas. Queremos fazer sequenciamento de espécies amazônicas, permitindo a criação de remédios e produtos de beleza. No Amazon Biobank, o sequenciamento será registrado no sistema e disponibilizado para pesquisadores. Esperamos que o Amazon Biobank possa apoiar o desenvolvimento sustentável por meio de pesquisa relacionada à biodiversidade.”

É importante destacar que os dados só serão publicados no Amazon Biobank após a autorização do Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético (SisGen), uma vez que esses dados são considerados patrimônio brasileiro.

A escolha da blockchain para o Amazon Biobank é fundamental, pois garante transparência e verificabilidade nas transações de dados genômicos. Contratos inteligentes são utilizados para criar um sistema econômico interno que recompensa todos os participantes que coletam, inserem, processam, armazenam e validam dados genômicos. Além disso, a tecnologia peer-to-peer (P2P) permite que usuários comuns colaborem no armazenamento e distribuição de arquivos de DNA.

Tereza Carvalho ressaltou que o Amazon Biobank faz parte do projeto Amazônia 4.0, que utiliza a blockchain para rastrear a cadeia produtiva de Cacau-Capuaçu, além de integrar a internet das coisas (IoT) para melhorar a distribuição dos ganhos. O projeto também desenvolve unidades móveis de Laboratórios Criativos da Amazônia (LCAs), que reúnem cientistas, indígenas e membros das comunidades amazônicas para criar produtos de alto valor agregado e rastreáveis a partir de recursos naturais da Amazônia.

Este projeto inovador representa um passo importante na preservação da biodiversidade da Amazônia e na promoção do desenvolvimento sustentável das comunidades locais, ao mesmo tempo em que utiliza a tecnologia blockchain para garantir transparência e equidade na monetização dos dados genômicos.

Neste contexto de crescente uso da blockchain em projetos de conservação e desenvolvimento sustentável, iniciativas como o Amazon Biobank mostram como a tecnologia pode ser uma aliada valiosa na busca por soluções para desafios globais.

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