Atualizado em 08/04/2024 por Ana Luiza
A Agência de Proteção Financeira ao Consumidor dos EUA (CFPB) lançou um olhar cauteloso sobre os jogos online, destacando as transações financeiras que ocorrem nesses ambientes digitais. A supervisão dessa área faz parte do mandato mais amplo da agência de proteger os consumidores nos mercados financeiros, onde quer que esses mercados existam.
Banco Virtual: Moedas e Tokens em Jogos
A CFPB enfatiza que, em muitos jogos populares, os jogadores podem comprar ou ganhar moedas virtuais, que são então usadas para adquirir bens e serviços dentro do jogo. Essa prática, seja comprando vidas extras em jogos casuais ou ganhando tokens em jogos “play-to-earn”, é equiparada pela agência a operar um “banco em games e mundos virtuais”.
Crescimento do Setor
O escrutínio da CFPB chega em um momento em que os jogos cripto estão experimentando um aumento significativo de interesse e atividade. Tokens de jogos como Gala (GALA), Immutable (IMX), Floki (FLOKI) e Ronin (RON) registraram um aumento expressivo no primeiro trimestre de 2024, totalizando uma capitalização de mercado de mais de US$ 26,9 bilhões, de acordo com o CoinGecko.
Destaque para Second Life e Bitcoin
O relatório da CFPB menciona o caso do Second Life, onde os “Dólares Linden” podem ser negociados por Bitcoin em sites de terceiros. Essa interação entre moedas de jogos e criptomoedas é vista como uma extensão dos mercados financeiros virtuais.
Jogos Baseados em Blockchain e NFTs
Além disso, a CFPB observa o surgimento de jogos e plataformas baseados em blockchain, como o Axie Infinity e o Decentraland, onde os jogadores podem negociar NFTs (tokens não fungíveis) por dólares americanos. Esses jogos, embora ofereçam oportunidades de ganhos, também apresentam riscos, como o hack de março de 2022 que afetou a sidechain Ethereum de Axie Infinity, Ronin.
Próximos Passos da CFPB
Embora não tenha delineado uma ação imediata, a CFPB declarou sua intenção de continuar monitorando o espaço dos jogos cripto e colaborar com outras agências. Além disso, a agência planeja focar em empresas que coletam e vendem dados sensíveis dos consumidores sem seu conhecimento, especialmente quando esses dados são usados para fins comerciais.
O relatório da CFPB destaca a crescente interseção entre os jogos online e o mundo das finanças, destacando a importância de uma supervisão atenta nessa área em constante evolução.