Após 2 meses do pedido de falência da FTX, os advogados da corretora antiga de criptomoedas estão avaliando seus ativos e determinando quanto poderão ser recuperados para reembolsar credores e clientes que perderam bilhões de dólares.
Advogados da firma de Nova York Sullivan & Cromwell informaram em um processo judicial que localizaram US$ 5,5 bilhões em ativos, estes ativos estavam mantidos em contas de clientes ou ocultos em outras partes da empresa.
Como os advogados estavam revelando mais detalhes sobre os ativos relacionados à FTX, ficou mais claro a extensão do desafio envolvido para desentraçá-los e recuperá-los. Em apenas três anos, a FTX, fundada por Sam Bankman-Fried, havia colocado dinheiro em uma variedade de ativos, incluindo criptomoedas exóticas e investimentos em centenas de outras empresas.
Cerca de US$ 1,7 bilhão dos US$ 5,5 bilhões estão em dinheiro registrados nos livros contábeis da FTX. Cerca de US$ 3,5 bilhões adicionais estão em ativos de criptomoeda, incluindo moedas mais estabelecidas, como o bitcoin, bem como outras moedas de valor questionável.
Bankman-Fried, que negou as acusações de fraude, lavagem de dinheiro e violações de financiamento de campanha, foi extraditado para os Estados Unidos. Ele também se declarou inocente de ter roubado qualquer dinheiro dos clientes.
Segundo os advogados, as moedas digitais podem ser convertidas em dinheiro devido à sua facilidade de negociação.
O montante engloba US$ 268 milhões em bitcoin e US$ 245 milhões em stablecoins, criptomoedas projetadas para se manter estáveis em US$ 1. No entanto, também contém investimentos avaliados em centenas de milhões de dólares em moedas menos populares que podem não ser capazes de preservar seu valor no longo prazo.
Ativos que foram recuperados pela FTX ainda incluem um adicional de 1,2 bilhão de dólares
Além dos ativos recuperados pela FTX, também foram incluídos US$ 1,2 bilhão em diferentes tipos de criptomoedas mantidas em outras bolsas, esses ativos têm “visibilidade limitada” segundo os advogados. Uma quantia menor, cerca de US$ 300 milhões, está investida em fundos vinculados ao mercado de criptomoedas.
Mesmo tendo encontrado uma significativa quantidade de ativos, a FTX afirmou em um comunicado relacionado ao processo, que encontrou menos ativos digitais do que esperava, tanto na principal bolsa offshore sediada nas Bahamas quanto em sua filial nos EUA.
Os promotores responsáveis pelo caso da FTX e de Sam Bankman-Fried acusam-no de ter tratado os fundos dos seus clientes como algo que seria próximo de um “cofrinho”, com um dinheiro armazenado que poderia ser utilizado por SBF da maneira que desejasse e sempre que assim quisesse.
O caso da FTX se arrasta desde novembro, quando a corretora entrou em colapso, afetando o mercado de criptomoedas como um todo. SBF foi liberado sob o pagamento de fiança e agora aguarda julgamento.