A Queda da LUNA: Um dos Dias Mais Caóticos do Mercado Cripto

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A Queda da LUNA: Um dos Dias Mais Caóticos do Mercado Cripto

Atualizado em 16/05/2024 por Ana Luiza

Em maio de 2022, o mercado de criptomoedas testemunhou um dos momentos mais turbulentos de sua história com o colapso do ecossistema Terra (LUNA), uma das criptomoedas mais promissoras do ano, mergulhando em uma “espiral da morte” que a levou a zerar seu valor em apenas 24 horas.

Naquele fatídico 11 de maio de 2022, a LUNA perdeu mais de 97% de seu valor, despencando de uma máxima histórica de US$ 119 para menos de US$ 1, em um processo de crise de confiança que abalou investidores e deixou o mercado em estado de choque.

O Desencadeamento da Crise

A quebra da LUNA não apenas abalou o próprio ecossistema Terra, mas também desencadeou uma série de crises interligadas, afetando até mesmo a plataforma de negociação FTX. No entanto, seu impacto imediato foi sentido nos preços de outros ativos, como o Bitcoin (BTC), que caiu de US$ 31 mil para US$ 27 mil em resposta ao caos no mercado.

No dia seguinte, em 12 de maio, a blockchain Terra anunciou uma interrupção na produção de novos blocos. Essa medida foi tomada como uma tentativa de prevenir ataques de governança e reduzir os danos causados pela queda de preço, que levou o token LUNA a atingir valor zero, efetivamente desligando a Terra.

As Origens da Crise

A crise que levou à queda da LUNA teve início com a perda de paridade da stablecoin Terra USD (UST), o que resultou em uma violenta desvalorização da criptomoeda. Ao contrário de stablecoins convencionais, como Tether (USDT) e USD Coin (USDC), que mantêm sua estabilidade por meio de lastros em bancos, a UST sustentava sua paridade por meio da queima de Luna.

Nesse sistema algorítmico, cada unidade de UST emitida levava à retirada de US$ 1 em Luna de circulação, em um sistema guiado por market makers. No entanto, no início de maio de 2022, a Tron (TRX) anunciou um novo protocolo que oferecia mais de 30% de rendimento anual sobre stablecoins, o que levou a uma migração massiva de usuários.

A Espiral da Morte

Essa migração maciça de usuários, combinada com a queda do Bitcoin, desencadeou a chamada “espiral da morte” para a LUNA. Com a UST lutando para manter sua paridade e a LUNA sofrendo junto com o mercado, os market makers não conseguiram responder rapidamente o suficiente para conter a queda de preços.

Com o mercado em pânico, os investidores começaram a resgatar quantidades cada vez maiores de UST com medo de que a stablecoin perdesse sua paridade, o que, de fato, aconteceu. Isso resultou na emissão de mais tokens Luna, levando a uma queda ainda maior no preço da criptomoeda e intensificando o medo no mercado, culminando no colapso de todo o ecossistema Terra.

O Homem por Trás da Crise

Por trás do projeto Terra estava Do Kwon, um sul-coreano que fundou a Terraform Labs em 2018. O que antes era um sucesso no mercado de criptomoedas tornou-se um pesadelo para ele. Desde março de 2023, Kwon está preso em Montenegro por falsificar seu passaporte e enfrenta acusações criminais nos EUA e na Coreia do Sul.

Nos EUA, Kwon enfrenta acusações de fraude e uma ação civil movida pela Comissão de Valores Mobiliários (SEC), enquanto na Coreia do Sul, é acusado de crimes financeiros, incluindo fraude e manipulação de volumes de transações. Se extraditado, enfrenta décadas de prisão.

A queda da LUNA em 2022 não foi apenas um evento isolado, mas um marco na história das criptomoedas, destacando os riscos e as complexidades do mercado emergente das moedas digitais.

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