Atualizado em 17/08/2023 por Ana Luiza
Em depoimento crucial perante a CPI das Pirâmides Financeiras, os principais líderes da MSK Invest, Glaidson Tadeu Rosa e Carlos Eduardo de Lucas, uniram esforços para atribuir a responsabilidade pelo colapso financeiro da empresa a um funcionário.
O suposto desvio de R$ 400 milhões em criptomoedas teria sido perpetrado pelo trader Saulo Roque, segundo as alegações feitas pelos líderes da empresa. Esta justificativa, contudo, não impediu a Polícia Civil de São Paulo de indiciar Glaidson, Carlos Eduardo e outros sete indivíduos por lavagem de dinheiro e formação de pirâmide financeira.
A MSK Invest, que se anunciava como investidora em criptomoedas, enfrentou uma suspensão abrupta de pagamentos aos clientes no final de 2021, suscitando questionamentos sobre seu modelo de negócios e a existência de uma possível pirâmide financeira.
Os líderes da MSK: Similaridades na Estratégia de Defesa
O fundador da MSK Invest, Glaidson Tadeu Rosa, juntamente com Carlos Eduardo de Lucas, optaram por argumentar que Saulo Roque, identificado como um dos traders da empresa, teria apropriado ilicitamente R$ 400 milhões em ativos digitais da empresa, desencadeando a interrupção dos pagamentos aos clientes. Esta narrativa, embora tenha sido adotada em um esforço de defesa, confronta as conclusões das autoridades policiais.
A influência da versão dos líderes da MSK parece ter refletido na abordagem dos deputados durante o depoimento. Enquanto Glaidson enfrentou perguntas menos incisivas, outros investigados como Glaidson Acácio dos Santos, criador da GAS Consultoria, e Francisley Valdevino, conhecido como o “Sheik das Criptomoedas”, enfrentaram um escrutínio mais rigoroso por parte dos legisladores.
Divergências entre Argumentação e Investigação Oficial
A investigação da Polícia Civil de São Paulo, conduzida pela 2ª Delegacia de Polícia de Investigações Sobre Infrações Contra o Consumidor, revelou uma discordância significativa em relação à narrativa da MSK Invest. Enquanto Glaidson e Carlos Eduardo culpam Saulo Roque pelo desvio, as autoridades rejeitam essa hipótese, indiciando Glaidson, Carlos Eduardo e outros envolvidos por lavagem de dinheiro e formação de pirâmide financeira.
Em contrapartida, o trader Saulo Roque não foi incluído na lista de indiciados, com a investigação policial afirmando que as evidências não sustentam a acusação de que ele teria desviado centenas de milhões de reais em ativos virtuais.
Consequências e Perspectivas Futuras
Enquanto os líderes da MSK Invest enfrentam acusações formais por parte da Polícia Civil de São Paulo, a repercussão destes acontecimentos reverbera. As declarações de Alfredo Gaspar, deputado da UNIÃO/AL, ecoam as dúvidas sobre a integridade da narrativa apresentada por Glaidson, enquanto a indústria e os investidores aguardam pelo próximo desdobramento.
Em um clima de evolução constante, o futuro de “Sugartown” permanece em foco, assim como a investigação da MSK Invest. À medida que os fatos são apresentados e interpretados, o universo das criptomoedas e das pirâmides financeiras segue em um fluxo de mudanças, trazendo à tona desafios legais, éticos e econômicos.
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