Atualizado em 18/12/2023 por Ana Luiza
A falência da FTX, conhecida bolsa de ativos digitais, tem causado um alvoroço nos últimos meses devido aos impressionantes valores gastos em honorários advocatícios, deixando credores apreensivos em busca da recuperação de suas perdas.
Documentos judiciais revelam que entre agosto e outubro, a FTX desembolsou mais de US$ 118 milhões em honorários advocatícios, provocando reações na comunidade de investidores e credores que ainda aguardam a restituição de seus ativos.
A despesa mais recente, atingindo cerca de US$ 53 mil por hora e uma média de mais de US$ 1,3 milhão por dia, conforme indicam os registros judiciais, inclui não apenas honorários de advogados, mas também de outros profissionais, como contadores, ao longo do processo de falência.
Taxas cobradas por empresas de advocacia
Ao longo do ano do processo de falência, as taxas cobradas pela Sullivan e Cromwell têm gerado controvérsias na comunidade criptográfica. Durante os três meses em destaque, a empresa cobrou US$ 31,8 milhões por serviços profissionais, com uma taxa horária de US$ 1.230, divididos entre descobertas eletrônicas, documentação e outros serviços jurídicos.
Enquanto a Sullivan e Cromwell acumularam US$ 31,8 milhões, a Alvarez e Marshall lideraram com o maior valor, atingindo US$ 35,8 milhões, totalizando mais de US$ 109 milhões. Quinn Emanuel cobrou US$ 10,4 milhões no mesmo período, enquanto a conta da AlixPartners alcançou US$ 13,3 milhões.
O colapso da FTX e suas ramificações
A implosão da FTX em novembro de 2022 resultou em bilhões de dólares perdidos pelos investidores, desencadeando um escrutínio regulatório mais amplo e uma queda nos preços dos ativos. As repercussões levaram as autoridades a buscarem maneiras de evitar uma repetição do cenário de caos no mercado do ano anterior, visando a proteção dos investidores.
Analistas apontam que a saga da FTX, que gerou uma profusão de legislações, pode oferecer uma proteção mais robusta aos investidores, mas ao mesmo tempo, pode limitar a adoção em grande escala devido à volatilidade do sentimento de mercado.
Acúmulo de taxas de falência
As recentes implosões no mercado de criptomoedas, motivadas por fatores macroeconômicos e políticas internas, resultaram em encargos legais e outros custos profissionais impressionantes, totalizando US$ 700 milhões e em crescimento.
Um relatório do New York Times destaca como advogados, contadores e outros profissionais lucraram com essa inesperada “bonança financeira” durante o desastre. No topo da lista de despesas está a FTX, com mais de US$ 326 milhões em custos, após o pedido de falência da bolsa e da empresa irmã Alameda Research no ano anterior.
De acordo com o relatório, Alvarez e Marshall arrecadaram US$ 126 milhões, Sullivan e Cromwell US$ 111 milhões, e Kirkland & Ellis faturou US$ 103 milhões. O aumento das taxas em casos de falência reflete uma crescente burocracia e processos complexos, acompanhados de uma mão-de-obra significativa em casos ativos.
Apesar disso, credores e vítimas expressam lamentações, considerando as taxas cobradas excessivas e desnecessárias, especialmente para aqueles que perderam todas as suas economias. O investidor Daniel Friesberg, de 19 anos, criticou a quantidade de profissionais envolvidos nos casos, alegando: “Em cada audiência, eles têm um exército de pessoas lá, e a maioria deles não precisa estar lá. Você não precisa de 20 pessoas fazendo anotações.”
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